ATA DA QÜINQUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
20-6-2005.
Aos vinte dias do mês de junho de dois mil e cinco,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói
Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Mônica Leal, Neuza
Canabarro e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Dr. Goulart, Dr. Pinto, Elias
Vidal, Ervino Besson, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Maurício Dziedricki, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon
e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas
da Quadragésima Sexta Sessão Ordinária e da Décima Sexta, Décima Sétima e
Décima Oitava Sessões Solenes, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 009/05
(Processo nº 0123/05); pelo Vereador Carlos Comassetto, o Pedido de Providências
nº 1412/05 (Processo nº 3838/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de
Providências nos 1257, 1258, 1259, 1260, 1261, 1262, 1263, 1264,
1265, 1266, 1267, 1268, 1269, 1270, 1271, 1272, 1273, 1274, 1275, 1276, 1278,
1280, 1328, 1330, 1331, 1332, 1334, 1336, 1337, 1339, 1340, 1341, 1342, 1343,
1344 e 1345/05 (Processos nos 3581, 3582, 3583, 3584, 3585, 3586,
3587, 3588, 3589, 3590, 3591, 3592, 3593, 3594, 3595, 3596, 3597, 3598, 3600,
3601, 3603, 3605, 3741, 3743, 3744, 3745, 3747, 3749, 3750, 3752, 3753, 3754,
3755, 3756, 3757 e 3758/05, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, o
Pedido de Providências nº 1548/05 (Processo nº 4008/05); pelo Vereador João
Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 1329, 1389, 1390, 1391,
1392, 1410 e 1411/05 (Processos nos 3742, 3812, 3813, 3816, 3818,
3836 e 3837/05, respectivamente), a Indicação nº 049/05 (Processo nº 3807/05) e
o Projeto de Lei do Legislativo nº 186/05 (Processo nº 3839/05); pela Vereadora
Margarete Moraes, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 024/05
(Processo nº 3527/05); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de
Providências nos 1298, 1299, 1300, 1301, 1302, 1303, 1304, 1305,
1307, 1308, 1309, 1310, 1386, 1387 e 1388/05 (Processos nos 3649,
3650, 3651, 3652, 3653, 3654, 3655, 3656, 3658, 3659, 3660, 3661, 3802, 3803 e
3804/05, respectivamente); pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 025/05 (Processo nº 3673/05). Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofícios nos 276/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre;
62384, 73902 e 73903/05, do Senhor José Henrique Paim Fernandes, Presidente do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE; 10193592, 10193598,
10193599 e 10193602/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.
Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão e iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje
destinado a homenagear a Sociedade Germânia, pelo transcurso de seu centésimo qüinquagésimo aniversário, nos termos do Requerimento nº 092/05
(Processo nº 1809/05), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Compuseram
a Mesa: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; o Senhor Werner Adelmann, Presidente da Sociedade Germânia; os Senhores
Maurivan Botta e Henrique Henesath, respectivamente Presidente do Conselho e
Conselheiro da Sociedade Germânia; o Vereador Luiz Braz, 2º Secretário deste Legislativo.
Ainda, como Extensão da Mesa, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor
Hans Peter Gerwy, Coordenador do Comitê dos Cento e Oitenta Anos da Imigração
Alemã no Rio Grande do Sul, representando o Senhor Roque Jacoby, Secretário de
Estado da Cultura. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel, como proponente
da presente homenagem, lembrou os períodos históricos das grandes guerras
mundiais, mencionando que nessa época a Sociedade Germânia tornou-se alvo de
hostilidades e represálias de pessoas que não simpatizavam com a comunidade
alemã, o que acabou contribuindo para a formação de diretrizes de natureza
agregadora e construtiva dessa Sociedade. O Vereador Adeli Sell ressaltou a
importância da preservação das tradições e da cultura alemã no Estado do Rio
Grande do Sul, afirmando que a Sociedade Germânia é fundamental para a
manutenção dessas tradições. Nesse contexto, salientou que essa entidade é
responsável por debates sobre temas como Filosofia e Literatura de autores
alemães, mencionando a intenção de Sua Excelência em incentivar a criação de
parcerias sócio-culturais entre esta Casa e a Sociedade Germânia. A Vereadora
Mônica Leal cumprimentou a Sociedade Germânia pelo transcurso do seu centésimo
qüinquagésimo aniversário, enaltecendo a participação dos descendentes de
alemães nas áreas da cultura, esporte e lazer no Município de Porto Alegre.
Sobre o assunto, comentou que essa entidade é a segunda mais antiga do Brasil e
lembrou o vínculo que mantém com a Sociedade Germânia, a qual freqüenta desde a
infância. Em continuidade, o Senhor
Presidente concedeu a palavra ao Senhor Maurivan Botta, que destacou a importância da homenagem
hoje prestada por este Legislativo à Sociedade Germânia. Às quatorze
horas e trinta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e quarenta e dois minutos, constatada a
existência de quórum. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador
José Ismael Heinen, solicitando Licença para Tratamento de Saúde hoje e amanhã,
tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Dr. Pinto,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes
e Habitação. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Sebastião Melo discursou acerca da
arrecadação de tributos municipais, elogiando a redução do Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza em alguns setores da economia. Ainda, referiu-se
à necessidade de se disciplinar a legislação, no que diz respeito às transações
de “leasing”, uma vez que, segundo Sua Excelência, as empresas que operam nessa
área não recolhem aos cofres de Porto Alegre todos os tributos devidos. O
Vereador Sebastião Melo, em tempo cedido pelo Vereador Haroldo de Souza, dando
continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, argumentou que os mais
penalizados pela carga tributária no Brasil são os pobres. Nesse sentido, defendeu
ampla discussão nesta Casa, em conjunto com a sociedade, sobre a reavaliação
das alíquotas dos impostos cobrados pelo Município, bem como a cobrança
atrasada de tributos devidos por grandes empresas. A Vereadora Margarete Moraes
referiu-se a declarações do Deputado Federal Roberto Jefferson, que denunciou o
recebimento de propinas por parte de Parlamentares do Governo Federal,
questionando a conduta política desse Parlamentar. Nesse contexto, argumentou
que esses fatos geraram uma crise interna no Partido dos Trabalhadores, a qual
só será resolvida por meio de apurações precisas de todos os fatos denunciados.
O Vereador Luiz Braz criticou o modo como a Polícia Federal agiu ao investigar
as denúncias de corrupção no Governo Federal e no Congresso Nacional, afirmando
que suas ações foram conduzidas no sentido de favorecer o Partido dos Trabalhadores.
Ainda, refletiu acerca de declarações do Deputado Federal Roberto Jefferson,
cobrando da Polícia Federal que seja averiguado o envolvimento de dirigentes do
PT e de políticos ligados a órgãos governamentais com a corrupção. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Ervino Besson registrou sua participação em seminário
realizado no Palácio Farroupilha, pelo Partido Democrático Trabalhista, na qual
foi lembrada a relevância de Leonel Brizola para a história da política
brasileira. Nesse sentido, asseverou que a trajetória política de Leonel
Brizola sempre foi marcada por valores éticos e morais, mencionando avanços sociais
conquistados no Rio Grande do Sul quando Sua Senhoria esteve no comando do
Governo Estadual. A Vereadora Neuza Canabarro discorreu a respeito do Seminário
“Ciclos de Ensino na Rede Municipal de Porto Alegre”, realizado pela Comissão
de Educação e Cultura, no dia dezessete de junho do corrente, posicionando-se
sobre investimentos na área da educação na Cidade e sobre a escola de turno
integral. Ainda, comentou as denúncias de corrupção em nível Federal, afirmando
que o Presidente da República deveria estar mais atento à fiscalização de seu
Programa de Governo. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 4ª Sessão, esteve
o Projeto de Lei do Executivo nº 009/05, discutido pelos Vereadores Adeli Sell,
João Antonio Dib, Luiz Braz, Carlos Comassetto, João Carlos Nedel e Carlos
Todeschini. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão discutiu o
Plano Plurianual, encaminhado a esta Casa pelo Executivo Municipal, prestando
esclarecimentos sobre itens desse Projeto que foram questionados por
Vereadores. Em relação ao assunto, argumentou que as Emendas Populares
originadas do debate com a sociedade civil preencherão lacunas do Plano
Plurianual, conclamando os Senhores Vereadores a contribuírem para a discussão
desse Projeto com a população. O Vereador Mario Fraga discursou sobre as
homenagens que estão sendo prestadas pelo Partido Democrático Trabalhista a
Leonel Brizola, pelo transcurso, amanhã, do primeiro ano de sua morte,
informando a mobilização de políticos e militantes pedetistas para a
concretização desse tributo. Ainda, rechaçou a imagem de herói nacional que,
segundo Sua Excelência, o Deputado Federal Roberto Jefferson está adquirindo e
aplaudiu a filiação do Governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, ao PDT. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 163/01, discutido pelo Vereador Adeli Sell, o Substitutivo nº 01 ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 039/05, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 021/05, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini e João Carlos Nedel, os Projetos de Resolução nos 108 e
109/05; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 171 e
173/05, este discutido pela Vereadora Mônica Leal; em 3ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 218/04, 163, 165 e 168/05, o Projeto de Resolução
nº 104/05; em 4ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 105/05. Na ocasião, foi
apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Manuela d'Ávila, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Maurício Dziedricki relatou sua participação na reunião da Executiva
Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro, na qual foram discutidas denúncias
de corrupção que atingem integrantes dessa Legenda. Nesse sentido, cobrou a
realização de investigações claras e corretas sobre atos ilícitos cometidos por
políticos e apoiou a desocupação, pelo Partido Trabalhista Brasileiro, de
cargos assumidos no Governo Federal. Na ocasião, os Vereadores Ervino Besson,
Mônica Leal e João Antonio Dib, formularam Questões de Ordem e manifestações
acerca da tramitação, na Casa, dos Projetos de Lei do Legislativo nos
206/04 e 173/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib contestou
nota publicada hoje no jornal “O Sul”, acerca do não-comparecimento de
Vereadores deste Legislativo na Sessão Especial do dia dezessete de junho do
corrente, que debateu o tema “Avanços na Visibilidade Homossexual”. Ainda,
afirmou ter solicitado à Vereadora Maristela Maffei que se pronunciasse, na
ocasião, em nome do Partido Progressista, devido à inviabilidade de comparecer
a todos os eventos agendados. O Vereador Claudio Sebenelo refutou posições do
Presidente Nacional do Partido Comunista do Brasil, divulgadas pelos órgãos de
comunicação social, de que as denúncias de corrupção envolvendo o Governo
Federal teriam como objetivo a desestabilização política do País. Também,
frisou que os políticos brasileiros são favoráveis ao cumprimento integral do
mandato assumido pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, criticando a atuação de
Sua Excelência como Presidente da República. O Vereador Carlos Comassetto
aludiu à reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores ocorrida no
dia dezoito de junho do corrente, para análise das denúncias divulgadas na
imprensa, de corrupção no Governo Federal. Acerca do assunto, declarou que essas
denúncias integram uma campanha destinada a desmoralizar seu Partido junto à opinião
pública, asseverando que a defesa da ética e o combate à corrupção são conceitos
básicos na história do Partido dos Trabalhadores. O Vereador Sebastião Melo
reportou-se ao pronunciamento de hoje do Vereador Carlos Comassetto, em Comunicação
de Líder, sobre denúncias de corrupção no Governo Federal. Nesse sentido,
referiu-se à Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Congresso
Nacional, para averiguar possíveis irregularidades na Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos, destacando a importância da fiscalização da sociedade
civil para o total esclarecimento dos fatos que envolvem essa questão. O
Vereador Raul Carrion registrou o lançamento, hoje, no Município, do Núcleo
Estadual da Campanha Planos Diretores Participativos, do Ministério das
Cidades, e saudou a sanção, pela Presidência da República, da Lei Federal nº
11.124/05, que cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. Ainda, elogiou a
atuação do Governo Federal no combate à corrupção e defendeu reformas políticas
que viabilizem maior participação e fiscalização popular quanto ao uso de
verbas públicas. O Vereador Professor Garcia registrou a posição do Partido
Socialista Brasileiro, favorável à apuração de denúncias divulgadas pela
imprensa, de corrupção junto ao Governo Federal. Também, aludiu ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 188/05, de autoria do Vereador Ibsen Pinheiro, que prevê
consulta popular antes do cercamento de logradouros públicos, mencionando
Projeto aprovado na Casa no ano passado, de realização de plebiscitos antes da
instalação de cercas em parques da Cidade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora
Clênia Maranhão, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia. Após, foi aprovada retificação, de autoria da
Vereadora Clênia Maranhão, aditada pelo Vereador Professor Garcia, ao Requerimento
anteriormente votado, de alteração na ordem de apreciação da matéria constante
na Ordem do Dia. Em prosseguimento, foi aprovado o Requerimento nº 140/05
(Processo nº 2974/05 – Sessão Solene em comemoração ao transcurso dos cinqüenta
anos do Lindóia Tênis Clube), de autoria da Mesa Diretora. Em Discussão Geral e
Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos
226/03 e 217/04. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei
do Legislativo nº 050/05, o qual, após ser discutido pelos Vereadores João
Carlos Nedel, Professor Garcia e Adeli Sell, teve sua discussão adiada por uma
Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Mario Fraga. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
056/05. Às dezoito horas e quinze minutos, constatada a inexistência de quórum,
o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães, João Carlos
Nedel e Valdir Caetano e secretariados pelo Vereador Luiz Braz. Do que eu, Luiz
Braz, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e
Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Propomos a inversão da ordem dos trabalhos para que
possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Passamos às
Hoje este período é destinado a assinalar o transcurso
dos 150 anos da Sociedade Germânia, nos termos do Requerimento nº 092/05, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel.
Convidamos a fazer parte da Mesa o Sr. Werner
Adelmann, Presidente da Sociedade Germânia; Sr. Maurivan Botta, ex-Presidente
da Sociedade Germânia e Presidente do Conselho da Sociedade Germânia; Sr.
Henrique Henesath, Conselheiro da Entidade. Como extensão de Mesa, temos o Sr.
Hans Peter Gerwy, Coordenador do Comitê dos 180 anos da Imigração Alemã no Rio
Grande do Sul, neste ato representando o Sr. Roque Jacoby, Secretário da
Cultura do Estado. Saudamos a todos.
O
Ver. João Carlos Nedel, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Werner
Adelmann, Presidente da Sociedade Germânia; Sr. Maurivan Botta, ex-Presidente
da Sociedade e Presidente do Conselho; Sr. Henrique Hanesath, Conselheiro da
Entidade; meu caro Hans Peter Gerwy; Coordenador do Comitê dos 180 Anos da
Imigração Alemã e representando neste ato o Sr. Roque Jacoby, Secretário da
Cultura; Sr. Jorge Englert; ex-Presidente Romar Lindau; Conselheiros Arlindo
Scarton e José Benedicto Ledur, demais amigos e amigas presentes, sócios da
nossa querida Entidade, o sesquicentenário de uma organização não é um
acontecimento que possa passar despercebido num templo histórico em que a
expressiva maioria das instituições não-estatais sequer completa o primeiro
lustro. Esse fato adquire maior expressão quando a organização jubilar, no caso
a Sociedade Germânia, fundada, integrada e mantida por imigrantes alemães e
seus descendentes, atravessou dois conturbados períodos bélicos mundiais, em
que sua terra de origem foi personagem central nesses episódios, tornando-se
adversária do Brasil.
Em razão disso, os descendentes de alemães, de um
modo geral, e a Sociedade Germânia, de modo particular, tornaram-se alvo de
severas e, na maior parte das vezes, injustas hostilidades. Por duas vezes, a
Germânia perdeu a sua sede: a primeira vez, por incêndio criminoso, quando da
1ª Guerra Mundial; e a segunda, por ocupação militar durante a 2ª Guerra. Por
muito menos do que isso, já vi organizações soçobrarem para não mais voltarem à
atividade, mas em nenhuma das duas oportunidades os associados e dirigentes da
Sociedade Germânia se deixaram abater pela adversidade que lhes chegava à
porta, solerte, incausada e injusta, pois a motivação para que fosse fundada a
Sociedade Germânia era de natureza agregadora, social e construtiva.
Homens que a fundaram haviam lutado ao lado dos
soldados brasileiros na guerra contra a Argentina. Terminado o episódio bélico,
a maioria dos brummer, como eram
conhecidos, resolveu aquerenciar-se no Rio Grande do Sul, para aqui viver,
constituir família e construir o futuro. Unidos a comerciantes alemães
residentes em Porto Alegre fundaram, então, a Gesellschaft Germânia, que foi a
primeira sociedade recreativa no Estado e a segunda em todo o Brasil. A
Sociedade Germânia foi criada como um clube para reunir amigos, para fazer
festa, para fazer e ouvir música e canto, para transmitir e desenvolver a
cultura herdada dos antepassados, para se manter alegre e para ser feliz em
comunidade. Eu ainda me lembro muito bem do casamento do Carlos Germano
Thiessen, ao qual tive o prazer de comparecer na sede antiga.
Aquela
brava gente alemã, pertinaz, teimosa, às vezes cabeça-dura, não permitiu jamais
que as contrariedades temporais pusessem termo a seu caminho progressista e
desenvolvimentista. Acreditaram sempre que, mesmo tendo de curvar-se às
imposições conjunturais dos períodos adversos, seria possível, com trabalho e
convicção, superar os obstáculos e fazer com que a Sociedade Germânia se
tornasse, como de fato se tornou, uma das mais importantes agremiações sociais
de Porto Alegre e do Rio Grande. É nessa condição que a sociedade Germânia
chega, no próximo dia 23, aos seus 150 anos de fundação, com um quadro
associativo do mais alto quilate social e com uma ampla sede em localização
privilegiada no bairro Moinhos de Vento.
Foi com muita alegria, então, como um bom
descendente germânico que sou, que propus a realização desta homenagem à
Sociedade Germânia, em comemoração ao seu sesquicentenário de fundação.
Saúdo o Sr. Werner Adelmann, ilustre Presidente da
Sociedade Germânia. Ao saudá-lo, saúdo também seus companheiros de Diretoria e
todos os associados da Germânia, cuja história tem a marca da determinação, da
capacidade de superação e de agregação fraterna e realizadora. Porto Alegre
pode orgulhar-se dessa Sociedade sesquicentenária como um exemplo a ser
seguido, pois identifica, para a comunidade, o valor da convicção, do trabalho
árduo e contínuo e dos propósitos bem estabelecidos.
Que Deus abençoe a Sociedade Germânia, todos os
seus integrantes e suas respectivas famílias. Parabéns! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Nós vamos nos somar à intervenção do
Ver. João Carlos Nedel, para fazer esta breve, importante e merecidíssima
homenagem ao trabalho desta Sociedade, que é o desenvolvimento de uma história,
de uma trajetória de 150 anos. Que bom se todo mundo tivesse esse mesmo
pensamento, essa mesma atitude de formar uma sociedade que aglomere pessoas,
que junte idéias, que busque a solidariedade entre si para levar adiante a
cultura, o lazer, o entretenimento, a boa convivência! Isso não é simplesmente
uma homenagem ao sesquicentenário; isso é uma homenagem, uma gratidão que esta
Casa é obrigada a fazer a uma história, Verª Margarete Moraes, uma instituição
que é nobre, que defendeu por muitos e muitos anos - e defende atualmente - um
jeito de ser e de fazer cultura, que foi tão importante na formação histórica
do povo do Rio Grande do Sul.
Neste momento, nós queremos dizer o quanto é
importante verificar que essa tradição se mantenha. E talvez nós aqui, como
Vereadores, que gostamos de fazer proposições, de fazer projetos, possamos
inclusive fazer alguns pedidos à Sociedade Germânia: que a nossa Cidade, talvez
por ser uma Cidade altamente cultural, possa contar com o apoio da Sociedade
Germânia para alguns outros debates, algumas outras discussões tão necessárias
que se fazem hoje. É um local de congraçamento, é um local de entretenimento,
mas é também essencialmente um local da cultura. Talvez nós pudéssemos discutir
alguns escritores alemães que muito contribuíram para a história da Literatura
mundial, que muitos gaúchos talvez ainda não conheçam devidamente. A
Literatura, a Filosofia alemã, grandes economistas, grandes pensadores,
estudiosos, pesquisadores têm muito a contribuir no dia de hoje.
Eu sou Presidente da Comissão de Educação, Cultura
e Esportes desta Casa, quem sabe, Verª Manuela, Verª Neuza Canabarro, no
segundo semestre, Ver. Elói Guimarães, possamos fazer uma parceria desta Casa
com a Sociedade Germânia para discutirmos algumas obras de Literatura. Penso
aqui em “A Montanha Mágica”, penso aqui em “Os Buddenbrooks”, penso aqui nessas
importantes obras da Literatura que tanto contribuíram para a nossa história,
ou, como recentemente eu vi, dentro de um teatro da Amazônia, gente vindo do
mundo inteiro para apreciar a música clássica alemã. Dessa maneira, eu penso
que nós - com o seu espírito empreendedor, com as coisas magníficas que esta
Sociedade realizou nesses 150 anos -, nos próximos anos, os porto-alegrenses,
esta Câmara de Vereadores, possamos estar contribuindo mais e melhor para a história
de outros 150 anos da Sociedade Germânia aqui na Capital dos gaúchos.
Deixo aqui, meu caro Ver. João Carlos Nedel, alguns
desafios, apenas algumas idéias que me surgem neste momento. Nós, às vezes,
falamos na Sociedade Germânia, falamos nos alemães e esquecemos, meu caro Ver.
Sebastião Melo, Vice-Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes,
que temos uma variedade, uma multiplicidade de alemães. Por exemplo, vejo aqui
que há uma sala que se chama Renânia, outra se chama Westfália; enfim, nós
temos origens diferentes. Lembro-me da minha avó que era de origem westfaliana,
lembro-me dos hunsrücker do Rio Grande do Sul e vejo que temos uma história
magnífica neste Estado, que é um caldeirão cultural, para o qual a cultura
alemã e a Sociedade Germânia deram grandes contribuições.
Vida longa à Sociedade Germânia, mais um
sesquicentenário, e, quem sabe, numa grande parceria com a Câmara de Vereadores
para grandes debates sobre a sua cultura e os ensinamentos que nos tem a dar
num futuro próximo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Elói
Guimarães; Sr. Werner Adelmann, Presidente da Sociedade Germânia; Sr. Marivan
Botta, ex-Presidente da Sociedade Germânia e Presidente do Conselho da
Sociedade Germânia; Sr. Henrique Henesath, Conselheiro da Sociedade Germânia;
Ver. João Carlos Nedel, colega de Partido, proponente desta homenagem; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, funcionários desta Casa: quero cumprimentar e
agradecer a oportunidade que me deram para fazer esta homenagem aos 150 anos da
fundação da Sociedade Germânia. Quero cumprimentá-los em nome da minha Bancada,
do Partido Progressista; do Ver. João Carlos Nedel, proponente desta homenagem;
do Ver. João Antonio Dib, Líder da minha Bancada, a quem agradeço pela
oportunidade de homenagear pessoas tão queridas, com quem tive o privilégio de
conviver ao longo da minha vida.
Quero ressaltar, nesta tribuna, o valor da
participação dos descendentes alemães aqui na nossa cidade de Porto Alegre,
para a cultura, o esporte e lazer. A Sociedade Germânia é a segunda Sociedade
mais antiga do Brasil, é uma entidade que tem crescido no sentido de acolher e
agregar as pessoas para uma vida fraterna, de comunidade. A Sociedade Germânia
é um ponto de encontro para a sociedade usufruir.
Eu gostaria também, neste momento, de ressaltar
que, lendo a história da Sociedade Germânia, encontrei uma informação que me
fez logo entender o motivo da minha afinidade com esta Sociedade, situada hoje
em frente à Praça Júlio de Castilhos: a sua sede foi adquirida no dia 1º de
setembro de 1921, por indicação do industrial Alberto Bins, e até hoje se
encontra ali, em frente àquela Praça. Pois eu nasci no dia 1º de setembro e
passei parte da minha vida, parte da minha infância, na Praça Júlio de
Castilhos e, durante muito tempo da minha vida, freqüentei a Sociedade Germânia
nos jantares, nas festas.
Então, eu gostaria aqui de fazer um registro
pessoal, de família, em nome do meu pai, Pedro Américo Leal, deixando o meu
abraço, os meus cumprimentos. Registro que é muito importante para a Capital
dos gaúchos contar com a Sociedade Germânia, como forma de lazer, cultura e
esporte. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Maurivan
Botta, ex-Presidente da Sociedade Germânia e atual Presidente do Conselho da
Sociedade Germânia, está com a palavra.
O SR. MAURIVAN
BOTTA: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
Ver. Elói Guimarães; Exmo Ver. João Carlos Nedel, propositor desta
homenagem; Srs. Vereadores, em nome da Sociedade Germânica, inicialmente, quero
agradecer esta justa e bela homenagem à Sociedade, fundada há 150 anos, que se
dedicou à cultura, ao esporte, ao lazer e ao congraçamento social.
Não querendo ser repetitivo, pois o Ver. João
Carlos, o Ver. Adeli e a Verª Mônica foram muito felizes ao abordarem aspectos,
objetos e finalidades da Sociedade Germânica, apenas gostaria de ressaltar que
a Sociedade, apesar das dificuldades referidas, jamais interrompeu as suas
atividades e sempre esteve voltada ao aprimoramento cultural e social. E,
certamente, a atual Diretoria aceita a provocação do Ver. Adeli de formarmos
uma parceria com a Câmara Municipal para aprofundarmos os estudos sobre
pensadores, escritores e artistas alemães. Não obstante, a Sociedade Germânia
já vem desenvolvendo atividades com círculo de cinema, em que se discutem
filmes; temos também a Confraria da Ópera; enfim, são várias as atividades
destinadas ao aprimoramento cultural não só de seus associados, mas de toda a
comunidade porto-alegrense e rio-grandense.
Não quero roubar o tempo de vocês, encerro
agradecendo mais uma vez a possibilidade de homenagearmos esta Sociedade, que é
tão querida de todos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós estamos encerrando esta homenagem. As
homenagens que a Casa faz, temos dito reiteradamente, se destinam, dentro dos
papéis vários que correspondem à Câmara Municipal de Porto Alegre, a destacar
pessoas e entidades que contribuem decisivamente para o nosso desenvolvimento.
E, quando falamos aqui em Sociedade Germânia, senhores dirigentes da Sociedade
Germânia, Sr. Presidente, falo dos 150 anos da imigração alemã, que contribuiu
para o desenvolvimento do nosso Estado. Chego a afirmar aqui, rapidamente, que
os alemães fundaram a indústria no Rio Grande do Sul, contribuíram nos mais
diferentes terrenos, seja o da cultura, literatura, artes; enfim, contribuições
que foram extremamente valiosas. Portanto, a Casa não poderia deixar passar
esta data sem prestar esta homenagem pelo transcurso dos 150 anos de atividades
profícuas da Sociedade Germânia. Portanto, encerramos este período reiterando,
mais uma vez, o apreço da Casa a esta Entidade, e, quando se fala em Casa, tem
de se falar na cidade de Porto Alegre, que, por intermédio de seus
representantes, quer agradecer à Sociedade Germânia, aos seus integrantes e, de
resto, à colonização alemã em nossa Cidade e em nosso Estado.
Estão suspensos os trabalhos para cumprimentarmos
os homenageados.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h33min.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h42min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. José Ismael Heinen solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 20 a 21 de junho.
(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. José Ismael Heinen e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; minhas colegas
Vereadoras, meus colegas Vereadores, eu volto a um tema que tenho discutido
aqui nesta Casa que diz respeito à questão tributária do nosso Município.
Primeiro, eu quero dizer, Ver. Adeli, que o Secretário Cristiano Tatsch tem
sido muito sensível em relação à discussão de uma possível revisão em algumas
alíquotas do ISS do setor produtivo. Vossa Excelência pertenceu ao Governo
anterior, e lá estava Ricardo Collar como Secretário da Fazenda. No final de
2003, esta Casa, Ver. Bernardino, fez um mutirão grande, uma obra de vários
atores, ocasião em que reduzimos a alíquota de 5% para 2% na área de
Informática. Pois hoje o Balanço da Prefeitura está aí, é público, demonstra
que, mesmo diminuindo as alíquotas, nós avançamos na arrecadação. Portanto, o
Município não perdeu Receitas.
Na semana passada, tivemos mais uma reunião com o
Secretário Cristiano e o Sindicato dos Recapadores de Pneus de Porto Alegre,
que hoje pagam 5%. A maior alíquota que há no entorno de Porto Alegre, de todos
os 23 Municípios da Grande Porto Alegre, Vereador-Presidente, é de 2,5%, mas a
grande e esmagadora maioria das alíquotas são de 2%, Ver. Todeschini. Portanto,
se não tomarmos uma decisão de mudar essa lógica para poucas empresas que hoje
operam em Porto Alegre, não tenho dúvidas de que, daqui a um mês, daqui a dois
meses, daqui a três meses, essas empresas não estarão mais aqui.
Compra-se e vende-se veículo nas agências desta
Cidade, e ainda colocam até uns balões: “Banco da GM”, “Banco da Ford”, “Banco
da Fiat”, que nunca recolheram um centavo para Porto Alegre! Eu estou
aguardando a Procuradoria do Município, que é comandada por uma mulher
extraordinária, a Srª Mercedes Rodrigues, mas os seus Procuradores têm de
atuar! Se não atuarem, que lancem, então, uma concorrência para que outros o
façam! Agora, não pode esta Cidade perder Receita dessa forma para banqueiro
que não paga imposto neste País!
O Sr. Adeli
Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu até acho, Ver.
Melo, que nós deveríamos tentar, se possível, fazer uma Audiência Pública na
esteira da sua intervenção. Porque, em relação a essa história do leasing dessas empresas que têm sede
noutros lugares mas que operam aqui, eu diria: isso é vigarice - V. Exª não
disse, mas eu digo. Eu concordo com V. Exª no sentido de que isso é um
escândalo, de que não pode continuar.
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Ver. Adeli, Porto Alegre tem uma frota de aproximadamente 525 mil
veículos. Calcula-se que 25% dessa frota é renovada anualmente através das
transações de leasing, que é um
empréstimo com opção de compra. Pois o que acontece? O cidadão vai lá trocar o
seu Fiat, a sua camionete e, chegando lá, faz uma opção por leasing, Ver. Caetano; então, ele vai
ali do lado, há um funcionário apenas desse banco, você olha no contrato e está
escrito: “Barueri, São Caetano” ou outra cidade do interior de São Paulo, e não
sabemos sequer se essas empresas recolhem esse tributo lá! Mas o que diz a lei?
A lei diz que eu tenho de recolher o tributo onde é gerada a prestação de
serviços, onde é gerado o negócio! Não adianta montar empresa de prestação de
serviços em Eldorado, para limpeza de Porto Alegre... Isso já está consolidado!
Eu tenho de recolher aqui!
Então, eu acho, Ver. Dib, que V. Exª poderia
liderar, ajudarei, tenho dados extraordinários, nós podemos propor um debate na
Comissão de Finanças, podemos chamar para debater o Secretário da Fazenda, a
Procuradoria do Município, os Fiscais da Cidade e, evidentemente, as operadoras
que quiserem participar! Porque não é possível que uma Cidade em que falta
dinheiro para tudo... E banqueiro, que cobra os juros mais escorchantes do
mundo, aqui neste País, não paga imposto, Verª Margarete!
Ver. Elói, o Ver. Haroldo de Souza me concedeu seu
tempo.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim, V. Exª continua com a palavra no tempo que
lhe cede o Ver. Haroldo de Souza.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Mais uma vez agradeço ao Ver. Elias Vidal e também, por extensão, ao
meu colega que me oportuniza este debate, Ver. Haroldo.
Mas quero dizer que a lógica perversa deste País é
a seguinte: quem mais paga imposto neste País é o pobre, porque o quilo de
arroz do burguês tem custo com o mesmo imposto que o do pobre! O mesmo com a
farinha de trigo! E com a polenta! E aí, cá para nós, se o pequenino deve - e o
pequenino não tem escritório de advocacia, não tem consultor, não tem
economista -, ele recebe a intimação e vai para a lomba. E, às vezes, compõe
adversamente, porque fica pensando: “Se eu não pagar, vou parar até na cadeia”.
E a banqueirada não paga imposto, e o Poder Público faz de conta que não é com
ele. Não, não está correto!
Quero dizer, Ver. Nedel, que me dá uma atenção
especialíssima, que, na semana que vem, haverá alguns outdoors nesta Cidade, onde estaremos cobrando, sim, Ver. Adeli,
colocando na rua, dizendo que banqueiro não paga imposto nesta Cidade. Essa é,
publicamente, a forma que temos. Para o setor produtivo nesta Cidade, tem que
diminuir os impostos, para atrair mais investimentos. E tem que ser pau na
especulação!
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, V. Exª está generalizando e cometendo uma injustiça. Os bancos são os
maiores contribuintes de ISSQN em Porto Alegre. Quem pode não pagar imposto é o
leasing, porque estava ou está
escudado na lei. A lei dizia que o ISSQN era pago na sede. E também, V. Exª
sabe, quem está sendo injustiçado nesse setor são as corretoras de valores, que
eram isentas e que estão pagando indevidamente. Seria bom esclarecer e V. Exª
não generalizar.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Repito, sublinho, gizo, destaco que banqueiro não
paga imposto neste País! Quem paga imposto é o pobrezinho, é a Dona Maria, é o
Seu João. E essa questão do leasing é
um absurdo!
Eu quero aqui dizer ao meu Prefeito, extraordinário
Prefeito José Fogaça, que tem instrumentos jurídicos, que ele deve mandar
cobrar para trás, porque aqui houve evasão fiscal, houve uma simulação para não
pagar. Portanto, burlaram a legislação; tem que cobrar para trás e tem que
cobrar para frente.
E mais do que isso: quero sugerir aos atentos
fiscais da SMIC que se dirijam para lá, onde há placas de bancos, para saber se
há alguma sede do banco ali, para saber se há alvará ali, Ver. Adeli. Porque
não há alvará, não, senhor. A sede do banco não é ali.
Em relação a essas conversas que temos tido com o
Secretário, eu acho que vai chegar nesta Casa, logo em seguida, um Projeto do
Executivo reduzindo as alíquotas dos recapeadores de pneus, que estão indo
embora. Mas isso vale para outros setores produtivos. Eu acho que está na hora
de esta Casa fazer, sem dúvida alguma, uma grande discussão com a sociedade.
Nós não queremos abrir mão de um centavo de Receita, e eu acho que aqui não há
Vereador de oposição ou de situação que queira abrir mão de um centavo de
Receita neste Município. Mas a gente quer cobrar de quem pode pagar e quer
desonerar um pouco aqueles muitos que não podem pagar. Inclusive, há um Refiz
Municipal nosso que está tramitando, nós vamos fazer algumas modificações,
porque há muita gente, sim, que não paga porque sonega mesmo; agora, há muita
gente pequena que quer pagar, mas muitas vezes o Poder Público não tem as
ferramentas necessárias para adequar esse pagamento.
Meu querido Ver. Nedel, V. Exª é um grande
brasileiro, é um grande gaúcho, é um grande porto-alegrense, mas não fica bem o
senhor defendendo os bancos. Vossa Excelência é um homem do lado da luta do
trabalhador, da luta do setor produtivo. Eu não tenho nada contra banqueiros,
mas acho que nós temos uma legislação equivocada, muito equivocada, e eu sei
que o Vereador não tem esse... Vossa Excelência sempre esteve ao lado das boas
lutas do setor produtivo. Portanto, eu quero dialogar com o senhor no momento
oportuno e tenho certeza absoluta de que V. Exª está fazendo fileira para
aumentar, sem dúvida alguma, de 2% para 5% as transações de leasing na cidade de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra em
Comunicações.
A SRA.
MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, na verdade, a cena política atual se pauta quando
o Brasil todo vê um funcionário dos Correios, Sr. Marinho, sendo flagrado,
recebendo três mil reais de propina, e ele “dá nomes aos bois”. Ele diz que
está a serviço do Sr. Roberto Jefferson, que, na época, era Presidente Nacional
do PTB.
Esse Sr. Roberto Jefferson acuado procura a
imprensa, procura a folha de São Paulo e contra-ataca, acusando o PT, o meu
Partido, o Partido dos Trabalhadores, de alugar Deputados do PP, Partido
Progressista, e do PL ao preço de trinta mil reais. Ele fala de um batalhão da
corrupção, de Deputados, no Congresso, que receberiam essa mesada, o
“mensalão”. E faz essa acusação com um pouco de atraso, dezessete meses depois
de ter descoberto isso. Foi montada, muito certo, a CPI dos Correios, e já
houve a investigação da Polícia Federal, do Ministério Público, e está sendo
montada e em andamento a CPI do Mensalão.
Roberto Jefferson foi instado a depor no Conselho
de Ética do Congresso; essa figura não surge do nada, não surge de uma maneira
abstrata, ele tem história, tem passado, ele sobreviveu ao “Collorgate”, ele
era da tropa de choque do Collor e saiu ileso naquela ocasião, apoiou FHC e,
infelizmente - eu concordo com o nosso Ministro Olívio Dutra -, era da base
aliada do Governo Lula. Hoje ele tem várias interpelações judiciais e admite a
própria cassação. O Sr. Roberto Jefferson fez uma performance no Congresso como
se a política não fosse algo sério, como se a política fosse um programa de
auditório sensacionalista, tipo “Aqui e agora”, onde ele já trabalhou, e o
Brasil todo parou assistindo a essa performance, a essa representação. Seria
cômica se não fosse algo trágico para o País, porque ele foi intimidativo,
colocou questões pessoais do ponto de vista de performance teatral,
absolutamente brega; aquilo que tem de mais nefasto na política no Brasil é
representado, hoje, pela figura do Sr. Roberto Jefferson.
Segundo o jornalista Marcelo Coelho, foi um dos
dias mais deprimentes da história política brasileira: o réu, que está sentado
na cadeira dos réus, assume uma estratégia de acusador e tenta desviar a
atenção da CPI dos Correios, fortalecendo uma linha da oposição que é expressa
pela posição do PSDB e do PFL. Já aí o Sr. Roberto Jefferson aceita e confessa
que praticou crime eleitoral, porque diz que recebeu do PT quatro milhões de
reais e que isso não foi registrado na campanha. Ele diz que submeteu essa
oferta a voto na sua Bancada, no PTB, embora haja dois Deputados Federais do
Rio Grande do Sul que negam isso.
O que eu quero dizer é que não existe nenhum
Partido imune a ter uma laranja podre, a ter personagens suspeitos, que estão
sendo acusados. O que não dá é para deixar contaminar esses Partidos com essas
figuras. O meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, já deu exemplo, aqui no
Rio Grande do Sul, de, em tendo algum suspeito, investigar, dar oportunidade de
defesa, e, caso seja confirmado, punir, punir com o Estatuto partidário e
expulsar. Isso já aconteceu com um tesoureiro nosso. Essa crise, no Partido dos
Trabalhadores, que é interna, de fato, Ver. Todeschini, vai-se resolver com uma
apuração mais precisa e mais profunda possível de todos esses fatos.
E o que eu quero dizer é que a corrupção não
aumentou no Brasil, infelizmente agora ela vem à tona, ou felizmente vem à
tona. Então, a democracia coloca isso de uma maneira transparente, porque na
época da ditadura militar havia tortura, havia corrupção, no entanto havia
censura, e isso não aparecia, as pessoas não ficavam sabendo.
Que nós saibamos tirar dessa crise um momento para
resgatar a política no nosso País, porque interesses pessoais não podem jamais
estar nas metas de nenhum político, principalmente essas figuras, que são os
políticos que são votados, que recebem a confiança da população, que têm a
obrigação de defender o bem público, a coisa pública, que têm obrigação de
defender a ética no nosso País.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, eu acho que não fica muito bem as Lideranças
petistas falarem mal, agora, do Sr. Roberto Jefferson, porque o próprio
Presidente Lula afirmou - e não faz tanto tempo assim - que ele daria um cheque
em branco para o Presidente do PTB. Impossível que, em tão pouco tempo - eu
acredito que não faz nem um mês que essa afirmação foi feita -, a opinião do PT
a respeito do Sr. Roberto Jefferson tenha modificado tanto. O que estranho, Sr.
Presidente, é a postura de uma instituição que eu sempre admirei e que eu
elogiei aqui neste plenário: a instituição dos nossos amigos da Polícia
Federal. A Polícia Federal agiu, nesse episódio e no episódio do Waldomiro
Diniz, quase que como uma Polícia ligada ao PT, para favorecer o Partido do
Governo. Vamos ver aqui. Na época do Sr. Waldomiro Diniz apenas as pessoas que
fizeram a denúncia, a acusação, é que sofreram, na verdade, devassa, é que
sofreram com prisões, é que foram apertadas pela Polícia Federal. Os outros,
aqueles que foram denunciados, ficaram absolutamente livres. O Sr. Waldomiro
Diniz continua trabalhando para o Governo livremente.
No depoimento, o Deputado Jefferson afirmou que
recebeu quatro milhões, e a Verª Margarete, corretamente, diz: “Ele praticou um
crime eleitoral”, porque esses quatro milhões não foram registrados na Justiça
Eleitoral. Só que, Ver. João Antonio Dib, esse dinheiro saiu de algum lugar.
Esse dinheiro saiu dos cofres do PT sem que houvesse registro com relação ao
fisco ou à Justiça Eleitoral. Existe aí um crime bárbaro que está sendo
praticado contra a República, porque se falou não de quatro milhões que foram
recebidos pelo Jefferson, o Jefferson disse que havia vinte milhões que iam ser
repassados para o PTB! E olha, se foram repassados para o PTB ou se iam ser
repassados para o PTB, significa que os outros Partidos aliados também deveriam
estar recebendo. Imaginem os senhores!
A Polícia Federal deveria estar lá com o Sr.
Delúbio averiguando se esse dinheiro saiu, como ele saiu, como é esse caixa,
esse caixa-dois do PT, que serve para comprar Deputados, para comprar eleições!
Mas, ao invés disso, nós nos deparamos com um silêncio total. E, contrapondo-se
a esse silêncio, a Polícia Federal agiu de uma maneira rápida e eficiente para
averiguar a Secretária - pobre Secretária! - daquele publicitário. Aquela
Secretária que havia afirmado, Verª Margarete, várias vezes - e está na revista
Isto é Dinheiro -, que ela via como esse dinheiro do “mensalão” era distribuído,
que ela ajudava a fazer pacotes. Só que a Polícia Federal estava lá, no dia
seguinte, para averiguar tudo que existia com relação a essa Secretária, e esta
acho que recebeu um aperto tão grande, que acabou até dizendo: “Olha, faz de
conta que eu não disse nada”. Mas ela fez declarações que deveriam ser
averiguadas pela Polícia Federal, que estão escritas lá na revista Isto é
Dinheiro, falando de um bando de criminosos que atuam em nosso País, de pessoas
absolutamente corruptas, Verª Neuza, que deveriam estar sendo investigadas pela
Polícia Federal, porque a Polícia Federal é a Polícia da nossa sociedade, do
País; ela não é vinculada a um Partido político!
Mas, infelizmente, o que nós vimos é que houve,
realmente, ações diferenciadas. Quando foi para investigar as coisas que eram
contra o Governo, a Polícia silenciou; quando foi para investigar as coisas que
eram de possíveis adversários do Governo, a Polícia esteve agindo, realmente,
com muita eficiência. Nós, sociedade, pagamos à Polícia Federal não para ela
agir dessa forma; nós pagamos à Polícia Federal para que ela tenha uma ação que
possa realmente nos tranqüilizar com relação às coisas que acontecem no País,
àquele enfrentamento que tem de ser feito em relação às coisas ilícitas.
Infelizmente, da forma como está, pela primeira vez, eu venho à tribuna e digo
que, dessa vez, eu realmente fiquei decepcionado com as ações da Polícia
Federal.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o período de Comunicações.
Passamos ao
O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.
O SR. ERVINO
BESSON: Caro colega, Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas
galerias e também pelo Canal 16 da TVCâmara, eu quero saudar a todos.
Neste fim de semana, nós tivemos um Seminário do
Partido Democrático Trabalhista na Assembléia Legislativa que iniciou na
sexta-feira e encerrou no sábado, no qual estivemos presentes, pelo menos, numa
parte do evento. Quem esteve lá assistiu à história do nosso saudoso e querido
Leonel de Moura Brizola, cujo falecimento completará um ano amanhã. Nós tivemos
a oportunidade de assistir a alguns dos seus feitos como político, como homem
público, íntegro, honesto, que, sem dúvida nenhuma, deu exemplo na sua
trajetória política neste País; um homem respeitado não só aqui no nosso País,
mas também em outros países.
Quem conheceu Brizola, quem acompanhou a sua
trajetória, minha querida colega Verª Neuza, ficará com ele marcado na memória.
Algumas passagens da história da sua vida, do seu trabalho nos emocionaram de
uma forma que não vamos esquecer assim tão rapidamente. Quando governou este
Estado, Brizola construiu as milhares de Brizoletas ao longo desse nosso Rio
Grande, ficou uma marca na sua trajetória política - nós tivemos oportunidade
de sermos alfabetizados numa dessas Brizoletas. Sem dúvida nenhuma, foi um
momento extremamente emocionante.
E tudo o que o Brizola fazia, meu caro Ver.
Todeschini, que também é um homem do Interior, que faz sinal positivamente com
a cabeça, eu me sinto gratificado pela sua atitude, V. Exª pertence à Bancada
do PT, mas é um homem que conhece muito, um homem que tem posições de uma forma
muito clara, um homem responsável como Vereador desta Cidade... Hoje tanto se
fala em Reforma Agrária neste País, há esses Governos que querem implantar
Reforma Agrária, pelo menos teoricamente muito se fala, mas na prática eles só
pegaram a história do Brizola, que fez duas Reformas Agrárias neste País e deu
início a outras tantas que, depois, lamentavelmente, os outros Governos não
deram seguimento, que foram a Reforma Agrária no Sarandi e no Banhado do
Colégio. Está lá até hoje. Pessoas marginalizadas pela sociedade, hoje, estão
lá com uma estrutura, estão lá dando condições para seus familiares, que até
então não a tinham, e são centenas e centenas de famílias. E o Brizola nunca
esquecia de aconselhar essas pessoas, os líderes desses movimentos, dos
acampamentos organizados, para não invadirem propriedades, alertava sempre aos
seus líderes que o direito de propriedade está claro na Constituição, portanto
é um direito do povo brasileiro, e esse direito deve ser preservado. Os líderes
desses movimentos respeitavam, havia comandante que orientava os seus liderados
para que a nossa Constituição fosse respeitada.
Meus queridos colegas Vereadores e Vereadoras, meu
caro Presidente, pergunto a V. Exas: naquele período - eu não me
lembro -, ocorria o que está acontecendo nos dias de hoje? Invasões de
propriedade, destruição do patrimônio daquele cidadão, daquela cidadã, contra o
que está na nossa Constituição? Naquele período ela era respeitada, porque
havia ali um comando, um comandante que estava, sim, ao lado do povo,
orientando o nosso povo de uma forma leal, de uma forma amiga, de uma forma que
o ser humano era valorizado. E o ser humano sentia isso, no tempo em que as
pessoas batiam no peito e diziam: “Temos aí um homem que governa este nosso
Estado, temos um líder que está do nosso lado, está-nos apoiando”. Então, o
direito das pessoas era respeitado.
A trajetória do Brizola foi uma coisa que marcou
muito. Nós estamos, hoje, acompanhando o que se passa no nosso País, e isso nos
entristece profundamente. Vamos retornar alguns anos, vamos lembrar a passagem
de Brizola em todos os cargos políticos que ocupou neste País. Foi um homem que
deixou sua marca, com lisura, com honradez e, principalmente, com honestidade.
Principalmente com honestidade, uma coisa que cala fundo, sem dúvida nenhuma,
não só no Partido Democrático Trabalhista, mas creio que em todos os Partidos.
Amanhã faz um ano que Brizola partiu, e o que se
viu aqui no Palácio do Governo, de todos os Partidos, de todas as pessoas que
lá estiveram, foram demonstrações de respeito e carinho pela trajetória de
Leonel de Moura Brizola, como político que foi neste País.
Quando um jornalista perguntou o que ele tinha a
dizer do exílio, ele respondeu: “Para mim, foi como uma planta no deserto, que
consegue sobreviver com a seca, mas até se alimenta com algumas gotas do
orvalho.” Vejam Vossas Excelências... Repito: “Foi como uma planta no deserto,
que consegue sobreviver com a seca, mas até se alimenta com algumas gotas do
orvalho.” Muito obrigado, meu caro Presidente; muito obrigado pela atenção dos
senhores. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Grande
Expediente.
A SRA. NEUZA
CANABARRO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; nobres Vereadores e Vereadoras,
senhoras e senhores que aqui comparecem, telespectadores do Canal 16, no dia
17, sexta-feira passada, nós realizamos nesta Casa um Seminário sobre Ciclos.
O meu Partido - Partido Democrático Trabalhista -
tem como prioridade a Educação e, como tal, tendo uma história em Porto Alegre
e no Governo do Estado, pós-ditadura, deixamos uma marca de trabalho em cima da
Educação, com a nossa maior bandeira, que é a escola de turno integral.
Nesses dezesseis anos de Administração do PT, nós
estivemos à margem das realizações; acompanhamos na última eleição aquelas
queixas em relação à dificuldade de aprendizagem de alunos que, após seis anos,
sete anos na escola, não sabiam ler e nem escrever. Assumimos um compromisso de
trabalhar pela avaliação dos Ciclos e estamos na Comissão de Educação. Fizemos
uma proposta de uma Audiência Pública, que foi realizada em maio, e a partir
daí já tivemos, imediatamente, uma decisão de realizar esse Seminário.
O Seminário foi realizado na sexta-feira, quando
compareceram professores, pais, alunos, a favor e contra os Ciclos. O que nós
retiramos dali? A necessidade - não é, Verª Sofia Cavedon? - de fazermos uma
avaliação quantitativa, até a pedido dos professores. Mas eu tive uma visão
muito clara de que mesmo aqueles que lutaram contra os Ciclos - pelas
dificuldades nas escolas, porque não tinham a infra-estrutura -, hoje, vendo
até a simpatia da atual Secretária pela permanência, aceitam, mas com as
condições que têm as escolas, aquelas escolas-modelo. Porque os Ciclos foram
implantados, em primeira mão, com aprovação, para Escola Municipal Monte
Cristo, uma escola com toda uma infra-estrutura de salas, de integração, de
recursos, com laboratórios, com professores para atender individualmente o
ritmo do aluno. Meses após, foram implantados em toda a rede. Então, esses
professores que não tinham essas condições hoje fazem essa exigência, que eu
considero extremamente positiva.
Mas aí vem um aspecto, Verª Clênia Maranhão, Líder
do Governo, que deve ser de tomada de consciência dos Vereadores. Eu digo isso
por quê? Porque na Assembléia Legislativa, quando foi votado o Plano Plurianual
do Governador Collares, foi votado por unanimidade, ali aprovaram por
unanimidade o Calendário Rotativo. E sabe qual foi a desculpa depois, Ver.
Comassetto? Que não liam! Eu acho isto extremamente degradante para um
Deputado: dizer que não leu, mas que votou.
Então, agora eu faço um alerta nesta Casa: nós
precisamos ler o Plano Plurianual, Ver. Dib! É muito grave o que ali se apresenta,
porque eles nos dão dados do que foi deixado de herança; não é de agora. O
custo/aluno em Porto Alegre está em 4 mil e 370 reais por ano. Quatro mil
trezentos e setenta reais por ano! Sendo que a ACM cobra 330 reais, em 12
mensalidades; o Colégio Navegantes, 247 reais, em 12 mensalidades; o Colégio
Adventista, 275 reais; o La Salle, contribuição conforme a renda; o São Judas
Tadeu, 310 reais. Se pegarmos a média dessas escolas, nós vamos ter o quê? Uma
economia/ano de 280 reais por aluno, o que corresponde a 15 milhões e 680 mil
reais. Vejam bem, se nós tivermos ainda que investir, que aumentar o número de
professores, melhorar a infra-estrutura, nós teremos de ver o que vai ser
alocado de recursos para a Educação. Tem de ser um valor muito, muito maior!
A Srª Sofia
Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª
Neuza, eu apenas queria trazer para o debate os dados que conheço do
custo/aluno em Porto Alegre, que é diferenciado no Ensino Fundamental, Ensino
Médio e Educação Infantil, sendo que, da Educação Infantil, sim, chegava a dois
mil e alguma coisa o custo/aluno, em turno integral, crianças de zero a seis
anos; do Ensino Fundamental, são 1 mil e 200 reais, 1 mil e 300 reais. Eu não
estou compreendendo o cálculo que a senhora nos está apresentando; com certeza
não é esse valor do custo/aluno em Porto Alegre.
Em segundo lugar, eu gostaria que a senhora
dissesse onde enxugaríamos o custo/aluno, porque Porto Alegre não tem sobra de
professores, tem um grande investimento em escola para todas as crianças
aprenderem, portanto com espaços novos de aprendizagem e um salário digno, que
jamais poderíamos reduzir.
A SRA. NEUZA
CANABARRO: A Vereadora não deve ter entendido ou eu não fui clara, veja bem,
Vereadora: se a senhora pegar o Plano Plurianual que nós temos em mãos, verá o
custo/aluno, é dito ali, de 4 mil e 370 reais. Eu estou pegando o valor do
Plano Plurianual, porque é um dado oficial que, se não é verdadeiro, deve ser
questionado por todos nós, Vereadores. Mas a fonte que se tem do custo/aluno é
o Plano Plurianual, nessa proposta, que é baseada no trabalho do ano anterior,
porque este Governo recém iniciou.
A Srª Sofia
Cavedon: Eu acho que, sobre esse ponto, Verª Neuza, a senhora chama a atenção com
muita pertinência, porque nós já observamos que muitos dados do Plurianual
estão imprecisos, alguns aquém, muito aquém do atual atendimento, por exemplo,
no SASE, um trabalho educativo; nas
creches não se acham os recursos que mantêm o convênio-creche e que devem ser
de, pelo menos, dez milhões de reais. E, hoje, na página da Prefeitura continua
o Governo anunciando que haverá investimento de 9,8 bilhões para os quatro
anos. Então, nós, de fato, não estamos entendendo este Plurianual.
Mas
eu não poderia encerrar, Ver. Dib, sem fazer uma colocação. Nós estamos ouvindo
uma análise de tudo o que está ocorrendo no panorama nacional, e dizem assim:
"O Deputado Roberto Jefferson está 'levando livre' o Presidente".
Engano! O Deputado Roberto Jefferson, com muita inteligência, está colocando o
Presidente Lula como responsável, quando diz: "Ele sabia". Sabia, e o
que fez? Se não fez nada é responsável. Porque nós podemos delegar, mas não a
responsabilidade. Nós não podemos ter um Presidente alienado, que fique
viajando de cá para lá e que não tenha uma agenda positiva de trabalho, em que
se administra e se fiscaliza a execução do seu Programa de Governo. Por essa
razão eu vejo, com muita tristeza, que nós estamos - porque não merecíamos isso
- num fim de Governo. O Governo do PT, o Governo Lula, acabou! E acabou como?
Acabou afundado na lama.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o
Grande Expediente.
Passamos
à
DISCUSSÃO PRELIMINAR
(06 oradores/10 minutos/com aparte)
4.ª SESSÃO
PROC.
Nº 3525/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/05, que dispõe
sobre o Plano Plurianual para o quadriênio de 2006 a 2009 e dá outras
providências.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. ADELI
SELL: Ver. Elói Guimarães, digno Presidente desta Casa; colegas Vereadoras,
colegas Vereadores, na semana passada eu tive a oportunidade de abrir o debate,
aqui, sobre o Plano Plurianual e, como eu acho que perguntar não ofende, começo
perguntando aos dignos Líderes da situação, à Liderança do Governo nesta Câmara
Municipal: afinal de contas, o investimento são os 12% que oficialmente traz o
Plano Plurianual, ou o que foi anunciado na mídia e está na página da
Prefeitura? Se forem os 12%, em números redondos - não sou tão ruim em
matemática assim, serei generoso com os números -, serão 1 bilhão e 200
milhões, não 9 bilhões e 200 milhões.
Como perguntar não ofende, eu pergunto: como, por
que a EPTC classifica o Programa de Apoio Administrativo? Ver. João Dib, V.
Exª, que já foi Secretário Municipal de Transportes em época difícil:
fiscalização de trânsito, fiscalização de transporte, passagem escolar, Área
Azul, sinalização viária não são uma atividade-fim? Na minha opinião, é uma
atividade-fim. Mas como perguntar não ofende: é erro de digitação? É confusão?
O que é, afinal de contas?
Como perguntar não ofende, a bilhetagem automática
virá em que ano? Pelo Plano Plurianual, se a SMT diz que qualificará 800
pessoas em 2006 e 2007 - portanto, daqui a um ano, daqui a dois anos -, e a
Carris investirá em equipamentos para a bilhetagem automática só a partir de
2007, eu pergunto: a bilhetagem automática, que foi prometida para ser imediata
- porque os estudos estão feitos, as discussões estão realizadas, há posição do
Governo passado; portanto a minha Bancada, oposição de hoje, apoiará; e a
situação disse que apoiará também - só virá em 2008 por quê? Por quê? Perguntar
não ofende.
Pergunto também: estão ou não incluídos 34 milhões
de desporto e lazer, ou seja, 2,3% no Orçamento da Educação? Estão ou não estão
incluídos? Eu não tenho nenhum problema quanto a isso. Eu sei que há alguns
colegas meus, inclusive da minha Bancada, que têm dúvidas e têm diferenças. Eu
nunca tive esse problema porque acho que esporte, lazer e entretenimento são
atividades que têm uma concepção, se trabalhados na sua globalidade e de forma
transversal, são elementos de ensino e aprendizagem. Mas é bom que se explique,
que fique claro, que fique transparente.
O gasto legal da Saúde, segundo o que está aqui,
está em 17%. Qual é a transferência efetiva do SUS para os próximos quatro
anos? A nós era exigida uma diferenciação. E por que não se coloca agora quanto
virá de repasse do Governo Federal na área da SUS? Perguntar não ofende, Ver.
João Dib; pergunto: os idosos terão apoio somente nos anos de 2006 e 2007? Onde
estão os 333 mil reais para cuidar de cem idosos, com postos apenas nos anos de
2006 e 2007? Não seria demais 333 mil reais/ano por cada idoso, com gasto de
verbas da FASC? Afinal de contas, perguntar não ofende.
E também: na SMT, nós temos gastos de 75 milhões em
2006, mais 75 milhões em 2007. Portanto, são 150 milhões. E fala-se em
pavimentação e Corredor Zona Sul. Ver. Bernardino, que Corredor é esse da Zona
Sul? Vereadores da Zona Sul, meu colega Comassetto, que gasto é esse? O que é o
Corredor da Zona Sul? Ver. Sebastião Melo, que não se encontra neste momento e
gosta de debater esses temas, qual é o Corredor Zona Sul aqui? Não está
explicado.
O Sr. Carlos
Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Rapidamente, Ver. Adeli, o Corredor da Zona Sul é a continuação da 3ª
Perimetral, que foi a duplicação da Av. Juca Batista, executada pela
Administração anterior, que vai até o trevo da Hípica. Agora, no Plano não diz
nada, dali para frente, qual será o investimento.
O SR. ADELI
SELL: O Plano destina, para pavimentação e Corredor Zona Sul, 75 milhões em
2006 e mais 75 milhões em 2007. Na minha opinião, esses números são chutes. São
chutes, como há chutes a torto e a direito - como já mostrei na semana passada,
a conta de fechar que foi feita. E eu vou repetir aqui: na questão da chamada
Vou à Escola - eu vou dar os dados aqui para que não fique nenhuma dúvida, os
dados estão na página 204, vou procurar rapidamente aqui para passar essa
informação magnífica para os Srs. Vereadores e para as Sras. Vereadoras. Como
perguntar não ofende, a ação Vou à Escola tem um gasto previsto de 750 mil, em
2006; aí baixa drasticamente para 50 mil, em 2007; volta para 750 mil, em 2008;
e depois tem a famosa conta de chegar que são 993 mil, 700 reais e 47 centavos
- põe conta nisso! Nos meus cálculos, Verª Neuza Canabarro, que apresentou um
conjunto de cálculos aqui, daria o seguinte: em 2006, cada estudante teria 14
passagens para ir à escola; em 2007, uma passagem por mês; em 2008, 14
passagens, por mês, para ir à escola - há, no mínimo, 20 a 25 dias letivos por
mês, Ver. Luiz Braz -; e 19 passagens em 2009. Não! Como diz a propaganda, na
televisão, de uma famosa cerveja que está em crise, acabou a "enrolation”. Este Plano não desceu
redondo, e as proposições, de novas, não têm nada. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, como dizia
o Ver. Adeli Sell... Onde está ele? Não está mais, foi embora! O Ver. Adeli Sell
dizia: “Perguntar não ofende”. E responder também não ofende. É preciso
aprender a ler, de vez em quando, porque, para as observações aqui feitas, era
necessária a análise dos programas que, a cada ano, uma Administração
organizada mostra, aquilo que vai fazer, que se integra em diferentes
Secretarias, em diferentes setores da Prefeitura para atender a uma determinada
necessidade.
São 21 programas, e até agora o que a Bancada
Petista viu de importante, e insiste, é que o Prefeito teria dito que os investimentos
seriam de 9 bilhões. Ora, isso é um tanto quanto infantil, até porque todos nós
sabemos que o somatório dos quatro anos é que dá 9 bilhões. Então, não há por
que insistir diariamente; eu pensei que no primeiro dia esse assunto
terminaria.
Mas eu dizia também que este Plano Plurianual foi
tão bem feito que recomendaria que o lessem com tranqüilidade e com aquela
serenidade que deve ser feita, porque apenas criticar e, depois, só fazer
perguntas, o que não ofende, realmente não ofende.. Vejam a apresentação deste
Plano Plurianual. Eu disse que este foi o melhor apresentado até hoje, que
antes não precisava ser feito assim e que agora tem de fazer assim, inclusive
mostrei com a lei que tinha de ser dessa forma e mostrei o último da
Administração, o Plurianual do Prefeito que foi embora - o Tarso Fernando,
depois ficou o Dr. João Verle -; mostrei o Plurianual, está aí.
Então vejam que o Prefeito, com toda a
tranqüilidade, escreve que pretende - isso ele disse na eleição, está repetindo
agora - preservar e aprofundar as conquistas da Cidade; regulamentar conjuntos
de mudanças necessárias para Porto Alegre, cujo foco principal é diminuir a
gravidade da nossa crise social. Ele pretende manter e aprofundar os mecanismos
de participação popular - não é aquilo que o Heriberto Back disse, que o
Prefeito ouvia dez e depois fazia o que queria, que, inclusive, levava as
pessoas para o Orçamento Participativo! Ele pretende governar para quem mais
precisa; incentivar o desenvolvimento econômico da Cidade e modernizar a gestão
pública. O Prefeito atual tem 21 programas estratégicos, e isso está causando
dificuldade para leitura dos meus colegas do PT, porque, de repente, de um ano
para outro, muda de uma Secretaria para outra. Mas estão aí os dados fáceis de
serem lidos, mas, às vezes, difíceis de serem compreendidos.
Ele pretende gerenciamento específico de
indicadores de desempenho e metas que sejam perfeitamente mensuráveis - mas
parece que eles têm dificuldades para compreender. Como dizia o Vereador que
agora não está aqui, o Ver. Adeli Sell: “Perguntar não ofende”. Responder
também não. Mas ler é muito mais fácil; quando o indivíduo lê, ele fazer uma
análise tranqüila e, depois de uma análise serena e isenta, ele pode fazer as
perguntas que desejar.
O Prefeito Fogaça quer modernos métodos de gestão;
parceria entre Poder Público e sociedade civil. Olha, eu disse que já fiz isso
em 1968, quando fui Diretor do DMAE, estabelecemos o abastecimento do Alto
Petrópolis entre loteadores e DMAE; eles pagaram 60% do Projeto, e hoje toda a
Cidade tem água a partir daquele Projeto. Consta no Plano a recuperação, a
revitalização do Centro da Cidade; ele quer o Orçamento Participativo
preservado - não é qualquer Prefeito que, depois de eleito, escreve o que disse
antes da eleição. Aqui estão os 21 programas explicados, mas não há tempo para
discorrê-los. A distribuição dos recursos, prevista no Plano Plurianual,
respeita, em termos percentuais, constitucionais e legais, a locação de 18% em
Saúde e de 30% em Educação, contemplando, dessa forma, o investimento histórico
nesses setores. Vejam a área de Educação, eles nunca aplicaram esses valores na
Educação e na Saúde! Nunca! Nunca chegaram acima de 26% na Educação, nunca!
Nunca! É o Tribunal de Contas que informa por Certidão, inclusive. E há uma
ação correndo na Justiça em razão de não terem aplicado. Mas o Prefeito é
educado, ele diz que aplicaram. A Verª Sofia vai-me orientar agora.
A Srª Sofia
Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Dib, obrigada pelo aparte. Nós temos uma divergência, pelo jeito insuperável,
porque as Certidões do Tribunal de Contas se referem aos critérios para
cumprimento do que está na Constituição Federal, de que são 25% em Educação.
Nós chegamos a 30% incluindo os aposentados. A pergunta que eu lhe faço é se o
Prefeito Fogaça está ou não prevendo os aposentados no gasto da Educação; e
tenho certeza que sim, gostaria que o senhor perguntasse ao Sr. Prefeito antes
de defendê-lo desse jeito, porque acho que é legal e regimental dentro dos 30%
da Lei Orgânica. E queria fazer um reparo: na Saúde, nós já gastamos mais de
19% no ano, portanto mais do que o Prefeito Fogaça está prevendo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: O Prefeito até diz que gastaram 18%, eu não diria tal coisa. Em todo
caso, eu aceito. Agora, os 30% eu posso, com toda a tranqüilidade, afirmar,
reafirmar, confirmar, porque cansei de ler os Relatórios da Administração
petista. Inclusive no momento eu mostrei aqui para a Oposição, naquela
oportunidade, que eu poderia dar Parecer contrário às Contas do Prefeito, por
ele não ter atendido às áreas da Educação e da Saúde - mostrei os dados do
Tribunal de Contas -, acharam que não era assim, mas lá estavam.
O crescimento econômico, por exemplo, do Município
de Porto Alegre, medido pelo PIB, no período de 1990 a 2001, foi de 18.1% das
grandes Administrações. Nesse mesmo período o PIB estadual expandiu-se em 36,8%
- Porto Alegre cresceu o correspondente à metade do crescimento do Estado.
Porto Alegre deveria liderar o crescimento no Estado. E ele segue aqui trazendo
informações, como o ITBI: se considerássemos 100%, quando ele começou a ser
aplicado aqui no Município, nós teríamos hoje um valor de 278, aumentando 178%.
Ele faz uma análise bem feita, ele mostra o ISSQN como se desenvolveu; ele não
critica, ele mostra. Até, de repente, leitura favorável ao PT, mas é mais fácil
criticar. O problema que a Professora Neuza Canabarro trouxe aqui sobre os
custos dos alunos para o Município está aqui também, não há nenhum problema,
inclusive diz quanto é que o Fundef devolve para o Município em razão desse
número de alunos.
Todos os dados, todas as informações estão aqui,
mas tem que ler. Não pode fazer pergunta, porque perguntar não ofende, mas não
ouvir a resposta também não ofende. Eu não fiquei ofendido. O Vereador não
ficou para ouvir resposta nenhuma. Ele não queria debater. Ele disse:
“Perguntar não ofende.” Não ofendeu ninguém, ninguém ficou brabo com ele, e ele
foi embora. Foi embora e até reclamou que não tinha outro Vereador no plenário,
aqui desta tribuna; mas ele foi embora também. Mas pode ser que ele chegue
antes de eu terminar.
Na Secretaria de Educação, a despesa passou de 141
milhões no ano de 2000, para 243,7 milhões, com acréscimo de 101 milhões - 71%
nominados e 21% reais. Está elogiando a Secretaria; não está falando mal.
Agora, não pode deixar de relatar os dados - e de onde saíram esses dados? Dos
Relatórios da Prefeitura, não foram inventados; ninguém inventou os dados que
aqui são trazidos. Então eu queria dizer que perguntar não ofende, mas ler é
muito melhor - e ler com serenidade, com tranqüilidade e depois vir aqui, sim,
colocar alguma dúvida. Agora, perguntar não ofende, mas não ouvir resposta pode
ser ofensivo, principalmente quando se reclamou a ausência de um Vereador neste
plenário. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir
a Pauta Especial.
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. João Carlos Nedel, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a
primeira observação, Ver. Nedel, é de que precisamos, urgentemente, mudar o
nosso Regimento com relação àqueles que têm o direito de discutir a Pauta
Especial e as Pautas neste plenário. Hoje este Vereador teve de chegar aqui às
12h55min para inscrever-se a fim de discutir a Pauta Especial, e fui o sexto
Vereador inscrito. Eu acredito que a Pauta é muito boa quando todo o mundo pode
discuti-la. Eu até conversava com o Ver. Comassetto a respeito dessa
possibilidade, todos os Vereadores têm de discutir, porque, a final de contas,
não é esse fechamento, para que apenas uma Bancada possa discutir, que fará com
que tenhamos um entendimento melhor a
respeito do Orçamento.
Eu vi o Ver. Adeli Sell e tenho visto outros
Vereadores do PT também virem a esta tribuna cobrar percentuais inúmeros que
estão estabelecidos no Plano Plurianual. Eu quero apenas dizer que é
entendimento de Tribunais Superiores que o Plano Plurianual não tem a obrigação
e não deve apresentar percentuais e números exatos para serem cumpridos depois
do desenrolar orçamentário. O que o Plano Plurianual tem que fazer é exatamente
isso que o Prefeito Fogaça fez. O Plano Plurianual deve trazer os programas que
vão ser desenvolvidos dentro dos quatro anos, os quais nós estamos aprovando;
depois de votado, podemos mudar, podemos mexer, podemos suprimir programas; nós
estamos mexendo aqui, precipuamente, com programas.
Eu quero chamar atenção que o PT, nesses dezesseis
anos, nem mesmo os números que colocava no Orçamento conseguia cumprir, nem
mesmo os números do Orçamento! A Verª Sofia Cavedon foi Secretária da Educação
durante um período nesses dezesseis anos. Uma das últimas prestações de contas
que nós votamos aqui, Ver. Nedel, eram exatamente do período do PT, depois
tínhamos contas do período em que a Secretária Sofia também esteve à frente da
Secretaria da Educação, e jamais os números do Orçamento, que são os números
com relação à Educação, Verª Sofia - V. Exª sabe sobejamente disso -, foram os
mesmos que aqueles comandados pela Lei Orgânica do Município. A Lei Orgânica
Município manda que nós gastemos em Educação cerca de 30%, e V. Exª, à frente
da Secretaria, não conseguia cumprir com esse ditame da própria Lei Orgânica
Municipal, e é claro que consta na Lei Orçamentária. Eu não vou criticar V. Exª
por não ter cumprido com essa obrigatoriedade, eu vou apenas dizer que é
realmente uma dificuldade com relação à Educação se cumprir com os 30%, que
está na nossa Lei Orgânica do Município.
Mas eu quero me ater sobre alguns números que
embasaram este estudo do Plurianual, que está aqui apresentado. O primeiro
deles diz respeito exatamente ao crescimento do nosso PIB nos últimos tempos. E
nós vamos verificar, em comparação com outros Municípios, a exemplo de Rio
Grande, Gravataí, Caxias do Sul, Canoas, Cachoeirinha, em relação a esses
Municípios, que o PIB de Porto Alegre cresceu muito menos. Por exemplo, em
Gravataí o PIB cresceu anualmente cerca de 6,38% - analisando o período de 1990
a 2001 -, e em Porto Alegre cresceu apenas 1,52%. Isso significa o seguinte:
aquela crítica que o PT fez durante algum tempo de que a Montadora que o Britto
trouxe para Gravataí ia trazer problemas para lá, Ver. João Dib...aquela
Montadora, na verdade, só trouxe benefícios para Gravataí. Tanto é que, mesmo
com o Prefeito do PT, lá em Gravataí, nós temos aqui um crescimento do PIB de
6,38%. Se verificarmos esse período de 1990 até 2001, Porto Alegre ficou,
realmente, bem para trás, comparada com Caxias do Sul, Gravataí, Canoas, Rio
Grande. Porto Alegre está bem atrás em matéria de crescimento - o PIB assinala
o crescimento que o Município teve exatamente dentro desse período.
Se formos verificar aqui os projetos - e eu acho
que nós deveríamos nos ater a isso -, a apresentação do Plano Plurianual,
através de projetos, propiciou a que esta Casa tivesse uma oportunidade bem
melhor, Ver. Comassetto, de fazer a fiscalização. Nós vamos poder, Verª Sofia,
fazer a fiscalização com relação ao desenvolvimento dos projetos. Vou dar um
exemplo a V. Exª, é o número recente, percentual do Governo de V. Exª. O
Programa Bem-Me-Quer traz aqui (Lê.): “Nascidos vivos de mães de 10 a 19 anos:
18,40%, índice desejado: 16%.” É alto ainda esse índice? Claro que é, mas é um
índice que está sendo buscado, porque melhoraria as condições do nosso
Município com relação aos nascidos vivos de mães de 10 a 19 anos.
“Percentual de crianças de 7 a 14 anos de idade na
escola” - porcentagem atual, do Governo de V. Exª - “18,40%; índice desejado:
zero.” Claro que sim. “Número de homicídios de jovens de 15 a 19 anos: 318;
índice desejado: 200.” É claro que o ideal seria zero, mas a busca é por 200.
“Índice de consumo de drogas: percentual, 30,50%; índice desejado: 20%.”
Então fica fácil; nós podemos fazer aqui, Verª
Sofia, uma fiscalização séria, para saber se o Governo está realmente cumprindo
com as suas metas. E é por isso que nós devemos ter o Plurianual feito através
de programas. É muito melhor se fazer assim, na época do Governo de V. Exª isso
era praticamente impossível, era praticamente uma obra inacessível para
qualquer pessoa buscar o cumprimento dos Plurianuais que foram apresentados
pelo Governo de Vossa Excelência.
A Srª Sofia
Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito
obrigada, serei breve. Eu acho que os projetos ajudam a enxergar a intencionalidade
do Governo, há acordo. Mas, por outro lado, por exemplo, a ampliação da
Educação Infantil tem um pedacinho em cada projeto. A gente não consegue
visualizar o conjunto do valor que está destinado à ampliação de creche; em
dois planos, aparece.
O SR. LUIZ
BRAZ: Eu posso explicar a Vossa Excelência. É que há determinados projetos que
estão em várias Secretarias. Eles vão receber recursos e vão ter ações de
várias Secretarias. Muitas vezes, V. Exª pega um pedacinho em cada Secretaria,
porque vai ser um programa do qual várias Secretarias vão participar. Eu pude
ouvir isso de um mentor do Governo Municipal, por isso posso passar esse dado
para que V. Exª se tranqüilize em relação a essa situação.
A Srª Sofia
Cavedon: Nós temos aqui na Secretaria Municipal de Educação 600 mil reais para a
ampliação na construção de creche. Aí a FASC, que vai tratar de outro tema,
também construirá creche, porque lá também há um valor para ampliação de
creche. Então, eu compreendo que determinado tema tem ações que vêm de diferentes
Secretarias. Agora, a mesma ação está partimentada em diferentes Secretarias.
O SR. LUIZ
BRAZ: Eu coloco a V. Exª o seguinte: como é o Plano Plurianual, temos que ver
aqui os valores que estão destinados à creche e cobrar do Governo, no transcorrer
desses quatro anos, que a aplicação desses valores se dê exatamente para aquela
atividade, para aquela função. Acho que ficou facilitado o modo de apresentação
do Plano Plurianual, facilitou para que todos nós possamos fazer uma
fiscalização com relação ao cumprimento do Plano Plurianual. Agora, por favor,
não cobrem percentuais e números concretos a serem apresentados num projeto do
Plano Plurianual, porque, afinal de contas, nenhum Governo vai conseguir
colocar num Plano Plurianual os dados absolutamente perfeitos, corretos, e nem
o Governo de V. Exas. aqui nesses dezesseis anos conseguiu. É claro que isso
vai ser corrigido na medida em que forem passando os anos e na medida em que
formos fazendo aqui as Leis de Diretrizes Orçamentárias e as Leis Orçamentárias.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Prezado Sr. Presidente, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas
Vereadoras, prezado público que nos assiste, Ver. Luiz Braz: “Deus ajuda quem
madruga”. Diante disso é importante, sim, conseguirmos fazer o contraditório
deste debate todo, então já trago aqui, sob meu ponto de vista, e lendo o
documento, algumas correções das suas afirmações. Primeiro, V. Exª afirmou que
Porto Alegre cresceu, no período de 1990 a 2001, 1,52%, e o documento aqui diz,
com muita clareza (Lê.): “O crescimento econômico do Município de Porto Alegre,
medido pelo PIB, no período de 1990 a 2001, foi de 18,1%”; portanto, encontro
discordância aqui em relação a sua afirmação. Isso está na página 20.
Buenas, além disso, quero dizer que, dentro dessa formatação, o Plano
Plurianual que nos é apresentado traz no caput inicial a simbologia de como
a atual Administração recebeu as finanças públicas do Município. Com isso, nada
melhor do que um dia após o outro. E o próprio Governo traz no Plano Plurianual
uma afirmação que recebeu a Administração muito bem, obrigado. Por que eu digo
isso? Porque traz na sua orientação de investimento o seguinte (Lê.): “Pessoal
e encargos, 50%; custeio, 33%; investimento, 12%” - portanto, mantendo o
percentual de investimento dos últimos anos - “juros e amortização, 3%” - logo,
se a Prefeitura estivesse endividada, como foi dito, não seriam 3% de juros e
investimentos, seria muito mais - “reservas de contingência, 2%”.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Essa variação que
acontece de 1990 até 2001 é de 18,1%, mas, se V. Exª ler mais adiante, vai ver
que a taxa anual - e nos referimos à taxa anual - é de 1.52%. Aí V. Exª pode
ver nos outros Municípios exatamente essa mesma taxa anual e as variações que
aconteceram também nos outros Municípios.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Correto, Vereador, se formos para a anual, é outro índice, correto;
agora, se for no período... Foi o entendimento que recebi na plenária da sua
exposição.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu
fui absolutamente claro quando disse que o crescimento do PIB de Porto Alegre,
de 1990 a 2001, foi de 18%, e, do Estado, 86%. Porto Alegre cresceu a metade.
Agora, quero dizer a V. Exª que, quando se fala em pagamento de juros e da
dívida, é a dívida de longo prazo. A capacidade de endividamento da Prefeitura
é alguma coisa de extraordinária há muito tempo. Nós sempre pagamos todas as
nossas dívidas internacionais; a não ser agora, nesta última, de três milhões
de dólares, que deveria ser paga em janeiro de 2003 e que foi paga em janeiro
de 2005.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. João Dib. O senhor confirma e colabora com a minha
exposição: o Município, administrativamente, está muito bem, obrigado. A não
ser a notícia que recebemos pela imprensa no final de semana - e isso é
importante, porque um dos projetos aqui colocados é o Socioambiental -, dizendo
que o Banco Interamericano de Desenvolvimento está rompendo com Porto Alegre
por falta de compromisso nas suas relações dos contratos assinados. Portanto,
nós já temos seis meses de administração; não dá para dizer que a
responsabilidade é nossa. A responsabilidade tem de ser de quem está
gerenciando, e, se isso for correto, Ver. João Dib e demais colegas, o Plano
Plurianual sofrerá toda uma revisão e uma reavaliação, porque há em torno de 53
milhões de reais previstos no Socioambiental, que são de origem do Banco
Interamericano de Desenvolvimento. Digo isso para saber da base do Governo qual
é a informação correta sobre esse rompimento e sobre a destinação desse recurso
que está colocado aqui no Plano Plurianual.
Quero relembrar três questões fundamentais, Sr.
Presidente, e aqui, desta tribuna, faço um Requerimento, em meu nome, para o
Executivo Municipal, porque o que foi dito no Diário Oficial, num órgão oficial
da nossa Cidade, não está correto e não foi corrigido. Faço esse Requerimento
para que o Executivo corrija o Diário Oficial e diga o valor correto de
investimentos que vai aplicar no Plano Plurianual, que não é de 9,8 bilhões de
reais, e sim de 1 bilhão e 345 milhões de reais. Então, essa é uma correção que
esta Casa e a sociedade merecem.
A segunda questão que quero voltar a relembrar e a
afirmar, até porque há debates em todas as regiões da Cidade, é que, amanhã, o
Conselho do Orçamento Participativo estará debatendo a questão do Plurianual,
da maneira como é apresentado, as despesas - página 77 - que traz em relação
aos 21 programas e o percentual de recursos para cada programa, não levando em
consideração a estratégia, a definição e a responsabilidade política que este
Governo assumiu com a continuidade do processo do Orçamento Participativo, em
que as comunidades discutem e definem as prioridades e, portanto, os
percentuais de investimento. Essa questão ainda não está esclarecida pela base
do Governo nesta Casa.
A terceira questão fundamental é que, estudando,
Ver. João Dib, o Plano no seu todo, lendo programa por programa, projeto por
projeto, nos causa surpresa que um conjunto de projetos recebe zero ou muito
próximo a zero de recursos. Na página 159, há um projeto que tem como
finalidade o destino turístico de Porto Alegre (Lê): “Ampliar o consumo do
destino de Porto Alegre nos mercados estadual, nacional e internacional.”
Recurso destinado para isso: “2006, 125 reais; 2007, 125 reais; 2008, 125 reais”,
ou seja, 500 reais para os quatro anos. Não entendo como é que vai se fazer
divulgação turística de Porto Alegre com 500 reais para quatro anos.
Na página 163, há outro programa (Lê): “Atrair
investimentos em regiões específicas. Produto: Eventos para promover
investimento nas regiões a serem desenvolvidas”. Apresenta 1 mil reais nos três
primeiros anos e 500 reais, em 2009, contabilizando 3 mil e 500 reais. Não
entendo como é que vamos fazer programas de investimento com 3 mil e 500 reais
para quatro anos.
Em outra página, temos (Lê.): “Organizar de forma
institucional as ações de recicladores e os condutores de veículos de tração
animal. Produto: construir posto de triagem e centros de comercialização”.
Aparece um valor, só em 2006, de 14 mil e 850 reais; nos demais anos, não
aparece nenhum valor. Não entendo como se vai construir uma política que seja
de continuidade da Cidade se não houver valores destinados a todos os anos.
Lá na página 250, está o Projeto do Socioambiental
(Lê.): ”Sociedade ambientalmente educada”, para fazer programas em relação à
sociedade. Apresenta 5 mil reais a cada ano, ou 20 mil reais para fazer todo o
movimento de educação ambiental.
Na página 251, apresenta (Lê.): “Revitalizar e
preservar áreas da Cidade. Descrição: elaboração, revisão e implantação dos
planos de manejo das unidades de conservação...”, apresenta 20 mil reais por
ano. Na última visita que fizemos, no dia 4 de junho, ao Parque Morro do Osso,
junto com a comunidade, só para administrar aquele problema que lá existe, que
não é da ocupação dos índios, mas que é da guarda, que é da manutenção, que é
montar um plano de manejo, esse recurso é extremamente insuficiente. Não
entendo o que faremos com os demais parques da Cidade, mas, certamente, eles
não serão cercados, deixando a sociedade sem acesso a eles. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Valdir Caetano assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, nós falamos pela primeira vez este ano sobre o Plano
Plurianual. O Ver. Luiz Braz, que aqui esteve, explicou claramente a toda a
população, aos Vereadores e às pessoas que nos assistem aqui que o Plano
Plurianual, como o próprio nome diz, é um plano de metas, é um plano de
projetos, é um plano de programas; não é um plano financeiro. O plano
financeiro nós veremos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que, aí, sim, dará
uma direção orçamentária, uma direção financeira. E o plano financeiro efetivo
é o Orçamento anual. Esse é o plano financeiro efetivo. Então, fica muito claro
que é um plano de programas.
Na parte inicial deste Plano, a administração da
Prefeitura manda algumas análises que merecem ser bem estudadas. Ele fala, por
exemplo, sobre a arrecadação do Município no período em que Administração do
Partido dos Trabalhadores esteve na Prefeitura. O IPTU, por exemplo, meu caro
Ver. Ervino Besson, nos dezesseis anos da Administração do PT, teve aumento
real, mais a inflação, ou seja, aumentou 432%. A gente olhando por uma óptica
pode dizer: a Cidade cresceu, houve investimentos na área imobiliária, na área
de loteamentos, na área de expansão. Sim, houve muitos investimentos, o Plano
Diretor incentivou esses investimentos, e o IPTU cresceu, é um dos pontos
sérios e importantes. Como Cidade física, Porto Alegre cresceu, sem dúvida,
mas, por outro lado, deixou um déficit habitacional de 80 mil moradias. É
bastante, são muitas moradias. Oitenta mil moradias correspondem a quatro ou
cinco Restingas novas a serem construídas para o futuro, somente para suprir o
déficit. É sinal de que os porto-alegrenses não moram bem. Nós temos mais de
duzentas áreas de risco - de onde as pessoas devem ser removidas -, situadas na
beira de arroios, na beira de encostas com perigo de deslizamento, em morros,
em áreas de preservação ambiental, nas nossas ilhas, são mais de duzentas áreas
de risco. As pessoas moram com risco de morte. Olhando-se por um outro ângulo,
pode-se também entender que a alíquota do IPTU é exagerada. Podemos depreender
isso, ou as duas coisas: que a Cidade cresceu e que a alíquota também é
elevada. Nós temos muitos casos em que as pessoas não conseguem mais pagar o
seu IPTU. É realmente elevado e exagerado. Cabe a nós, Vereadores, analisarmos
esses aspectos, porque crescer 432%, crescimento real, é muito.
Na área do imposto de transmissão de propriedade
imobiliária, o chamado ITBI, também cresceu 178%, crescimento real, também
elevado. E eu acho, inclusive, que nós estamos precisando rever a alíquota do
ITBI, porque a alíquota de 3% é exagerada. Dois por cento seria o adequado,
porque Porto Alegre, para o ITBI, tem uma avaliação do valor real e não do
valor venal, como é para o IPTU, é do valor real até muitas vezes e muitas
vezes exagerado. No caso de uma transferência imobiliária, eu ouço inúmeros
contribuintes dizerem que querem, meu caro, Ver. Maurício, vender ao Município
por aquele valor avaliado para transmissão imobiliária. Nós temos, muitas e
muitas vezes, meu caro Dib, uma avaliação exagerada, acima do valor de mercado.
Acho que isso deve ser corrigido, as avaliações e também - por que não? - as
alíquotas.
O ISSQN subiu também 172%. Subiu menos do que os
outros, por quê? Talvez por serem as alíquotas elevadas, nós tenhamos
desestimulado os investimentos em novos empreendimentos de serviço na nossa
Capital. É uma avaliação que o Ver. Sebastião Melo fez há pouco, com a qual o
Ver. Adeli Sell também concordou, que nós devemos repensar algumas alíquotas
para realmente estimularmos os investimentos em nossa Capital.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Nedel, eu acho que o que V. Exª está colocando a respeito do Plurianual, enfim,
todo esse relato - e eu estou prestando muita atenção no que V. Exª está
colocando -, é muito oportuno. Não sei se era no seu período, em 1991, quando
veio a proposta do Executivo do ITBI, Imposto de Transmissão de Bens
Intervivos, o Imposto era escalonado de 2,5% até 5%. Não sei se V. Exª se recorda
disso. Até houve uma Emenda deste Vereador, e nós ficamos somente com uma taxa
única de 3%. Porque, dependendo do valor venal do imóvel, ele paga. Se ele tem
maior valor, paga mais; menor valor, paga menos. Então é nessa linha que nós
entramos com uma Emenda naquele período, que ficasse somente com uma alíquota
única de 3%. Obrigado.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Acho, Vereador, muito importante a sua intervenção, mas renovo a
necessidade de reestudarmos essa alíquota, pois ela está realmente exagerada.
Mas o Ver. Sebastião Melo, fazendo uma análise aqui
do nosso setor produtivo, falou que os bancos não pagam impostos. Na verdade, o
Vereador está enganado, os bancos pagam impostos, sim, e são os maiores
contribuintes do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza. E nós,
tristemente, estamos desestimulando essas atividades, porque não podemos só
pensar nos bancos nacionais - Itaú, Bradesco, Real, etc -, nós temos também que
pensar nos bancos locais, como o Sicredi, Malcon, Renner, Matone, pois esses,
sim, pagam a totalidade dos seus impostos aqui em Porto Alegre, onde estão as
suas matrizes, e os outros grandes bancos nacionais pagam lá na sua sede. Então
o hiato que existe é sobre o mercado de capitais, que no Rio Grande do Sul
acabou, porque há alíquotas elevadas que ele não comporta, porque são
movimentos elevadíssimos. Isso nós precisamos corrigir. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
assistência do Canal 16 e público presente, nós estamos novamente aqui, na 4ª
Sessão de Pauta Especial, discutindo aquela que é a base e a lei maior que vai
reger os planos e as ações do Governo nos próximos quatro anos. Uma Peça, sem
dúvida, a partir da nova Constituição, cada vez mais importante, cada vez mais
fundamental e para o bem da democracia.
Eu retorno ainda à questão da página 129, abordada
na semana passada, em que se discute o conceito, porque aqui eu não quero
discutir números, os números que estão aqui são completamente volúveis. Está
dito no preâmbulo, no início do documento, que os números podem ser alterados a
qualquer momento. E muitos dos números que estão no documento são completamente
artificiais, fictícios; muitos deles são errados mesmo, muitos deles não têm
consistência nenhuma, são números que estão jogados aqui no documento,
inclusive, com erros de unidades, com incongruências, com inconsistências, e eu
vou demonstrar alguns agora durante a minha fala.
Mas um dos itens - e é isso que eu quero discutir
no fundamental, porque aqui é que residem os grandes equívocos, porque são os
elementos conceituais que vão orientar, posteriormente, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias e a Lei Orçamentária anual - fala da qualificação na mobilidade,
que se justifica em vista do fato de Porto Alegre apresentar aspectos
não-otimizados no que tange à mobilidade, como, por exemplo, o excessivo número
de ônibus com baixa lotação. Isso é uma diretriz que está dada, está dito que
há muitos ônibus que andam com baixa lotação e, portanto, tem que lotar mais os
ônibus. No entanto, o que nós vemos não é nada próximo disso. As pessoas estão
reclamando, reiteradamente, do excesso de lotação, das dificuldades do
transporte coletivo, e é sabido que algumas empresas retiraram de 10% a 20% dos
carros, dos ônibus, das linhas, fazendo com que as pessoas andem cada vez mais
apertadas.
Para testemunhar isso, eu estou com o jornal da
Restinga, que eu recebi hoje, cujo título é: “Assédio sexual em ônibus
preocupa.” A matéria fala que isso acontece graças ao apinhamento, em que as
pessoas têm que andar em ônibus com excesso de lotação, como sardinhas
enlatadas. Isso não é só na Restinga. A matéria precisa ser lida, todos os
Vereadores receberam isto aqui; isso está acontecendo no Partenon, isso está
acontecendo em outras regiões da Cidade, meus caros Pares.
Então, essa diretriz visa a atender aos interesses
dos empresários do transporte coletivo, que têm uma ganância ilimitada, que
querem botar mais gente e menos ônibus para ter mais lucros. O importante é que
isso não é algo inventado, está dito, está escrito no Projeto que o Governo
envia para cá.
Seguindo, depois de mais números confusos e,
certamente, de origem equivocada, além de duvidosa, a matéria refere o DMAE. No
Programa Cidade Integrada, lê-se: “Garantir que as áreas mais necessitadas da
Cidade e as áreas que já possuem tratamento recebam infra-estrutura adequada de
água, melhorando as condições sanitárias e fornecendo condições apropriadas
para a auto-sustentabilidade da população.” Por exemplo, possibilita
empreendimentos que dependem de água. “Finalidade: Melhorar a qualidade do
saneamento básico, fator dominante na formação integral do cidadão; promover a
infra-estrutura de água para o crescimento econômico da Cidade; fornecer água
para o uso comercial e industrial a preços competitivos”.
Ver. João Dib, eu gostaria de saber o que é isso,
porque nós enviamos, no ano passado, quando eu estava no DMAE, um projeto para
que tivéssemos, para o consumo industrial de água, uma tarifa diferenciada.
Esta Casa aprovou por unanimidade uma lei que tratava desse assunto. E tratou
de forma adequada, Verª Margarete, quando o Ver. Dib presidia esta Casa e a
senhora estava na Liderança do nosso Governo, um Projeto de Lei construído em
equilíbrio, com discussão, com qualidade e que produziu, sim, uma tarifa
especial para os grandes consumidores, geradores de emprego, geradores de
atividade econômica. Agora eu gostaria de saber o que é que estão dizendo com
isso, porque vários empreendimentos, como, no caso, os que se referem à
hotelaria, Ver. Adeli Sell, já dispõem do benefício inclusive da tarifa social,
que é a mais subsidiada, chegando a ter um subsídio de 75%, e não há acréscimos
sobre os usos crescentes. Outros equipamentos da natureza da atividade
econômica, do turismo, de hospitais, creches têm esse benefício. Então, eu
gostaria de saber, porque, se nova alteração for feita, implica que esses beneficiários
da tarifa social tenham que repassar recursos para subsidiar atividade
industrial e comercial, o que eu creio ser completamente equivocado,
inadequado, pois a nossa tarifa, em Porto Alegre, é uma tarifa modelo. O DMAE é
um dos órgãos não só dos mais sustentáveis de Porto Alegre, do Rio Grande do
Sul e do Brasil, é um modelo para o mundo, porque é um modelo de
sustentabilidade. Por que é que estão querendo mexer aqui? Não sei, não consigo
entender o que vem nesse “contrabando”.
Mas, indo adiante, ainda na página 141, Ver. João
Dib, também, que entende bastante, (Lê.): “Departamento de Esgotos Pluviais.
Manutenção, conserto e ampliação das bombas existentes de acordo com Laudo do
IPH/UFRGS; reformar os portões existentes no muro da Mauá; implantação de
sistemas de informação pluviométrica”. Tudo bem até aí, e depois vem (Lê.):
“Informatização e automação do sistema de proteção contra as cheias.” Pergunto:
o que será isso? Não é possível, não é adequado, não é recomendável automatizar
o sistema de bombeamento, o sistema de drenagem da Cidade ou sistema de
proteção contra as cheias, que é composta por 18 Casas de Bombas, os diques, os
canais. Mas agora vem uma proposta aí de automatizar o sistema de bombeamento,
que não se aplica ao caso, por quê? Em função do lixo, em função da necessidade
de um controle, de uma operação manual de todo o sistema. No entanto está aqui,
eu quero entender o que está por trás desse negócio.
Mas há mais, na página nº 251 consta a questão da
educação ambiental e atribui um programa de educação ambiental do DMAE (Lê.):
“Redefinição do programa de educação ambiental existente, visando compartilhar
a responsabilidade de manutenção do manancial de água com a população de Porto
Alegre, através de programas de conscientização ambiental. Finalidade: 1.
Promover a parceria entre a população e o DMAE para a preservação e o uso
adequado dos recursos hídricos; 2. Melhorar a relação do DMAE com o usuário.”
Eu não sei também o que querem dizer com isso, porque isso estava sendo feito e
há um outro programa que foi desmanchado. Ele tinha um alcance extraordinário,
tanto na relação da educação ambiental, como na questão do atendimento ao
cliente, em função do qual foram recebidos vários prêmios na nossa gestão e nas
gestões anteriores, pelo trabalho que se fazia.
A Srª Sofia
Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini,
nós comprovamos cada vez mais a sua tese de que esses números estão “sem pé nem
cabeça”. Na minha opinião, longe de termos avançado com o Plurianual, que
define, para os programas, para cada uma das ações, valores, nós recuamos,
porque vai engessar para a sociedade intervir. Os valores estão muito
inadequados - ou a mais, ou a menos - em muitas áreas. E, ao mesmo tempo, o
Plano diz - veja, nós não poderemos mexer, porque tira dali, tem de indicar de
onde - que os valores são indicativos. Então, parece-me que nós, de fato,
estamos recuando numa lei que deveria ser mais específica, dar um espectro mais
completo.
Por exemplo, na Educação, há seis diretrizes
completamente aquém da riqueza do conjunto dos programas e projetos da Cidade.
Os valores engessam, e ao mesmo tempo ele está pobre, pobre em diretrizes e em
ação. É bem complicado este momento do início de Governo, em termos de
Plurianual. Obrigada.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Para concluir, Vereadora - e obrigado pela colaboração -, não só os
números diminuíram, mas as metas diminuíram. Em relação à criança e ao
adolescente, o importante é que foi dito pelo então candidato ao Governo, José
Fogaça, que haveria a ampliação de atendimento, e o que se vê é a manutenção e
a redução das metas até então existentes. Isso é lamentável!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): Está encerrada a Pauta Especial.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu fiz a
solicitação de Tempo de Liderança porque não tive oportunidade de fazer a
discussão no período de Pauta Especial, em que o tema era o Plano Plurianual.
Algumas intervenções, eu acho, foram bem competentes. Impossível é responder à
intervenção do Ver. Adeli Sell, porque não é uma intervenção, é uma provocação,
e eu acho que este plenário não é lugar para isso. O Vereador, para cada frase,
dizia: “Perguntar não ofende”. Acho que essa questão ele só pode resolver com a
terapeuta dele, não vai ser aqui, porque aqui não é lugar de discutir as suas
questões e as suas inseguranças.
E a segunda questão é que ele usou uma expressão não
sei de que idioma, porque não é Português, não é nada, “enrolation”, então, também não dá para responder. Agora, se com
isso o senhor quis fazer uma ironia... Aliás, é comum o Vereador subir aqui e
fazer ironia para ganhar aquelas quatro frasezinhas nas colunas políticas. Mas,
se o “enrolation que o senhor falou
aqui, quer dizer enrolação, concordo com V. Exª, terminou realmente a “enrolation”, porque agora nós temos uma
Peça construída com maior visibilidade, transparência, transversalidade, só
que, para entendê-la, Vereador, é preciso ler. Eu sei que é difícil ler a LDO,
ler Proposta Orçamentária, ler PPA, mas há que ler, essa é a nossa
responsabilidade. Quem leu consegue discutir, quem não leu faz “enrolation”.
Queria também dar alguns esclarecimentos importantes,
já que foram levantadas várias questões aqui por diversos Vereadores. Primeiro
eu queria dizer que a verba do SUS, para quem não conhece, é uma verba
explicitada na Peça do Orçamento, não é no PPA; isso é uma coisa vigente, para
quem é Vereador, pois anteriormente já teve oportunidade de fazer esse debate e
sabe disso; quem não fez ainda, talvez não saiba disso, portanto é uma
informação importante de ser colocada.
A Verª Margarete Moraes colocou duas questões que
achei essenciais, Vereadora. Primeiro, é o questionamento do porquê da redução
do investimento. Acho importante a pergunta de V. Exª porque esse número se
refere aos investimentos externos já previamente definidos, e eles já estavam
assim definidos. Também achei meritória a sua pergunta, porque ela permite
inclusive que nós esclareçamos que o conjunto de negociações que ainda segue em
curso, evidentemente, pelo Governo poderá atrair para o Município novos
investimentos, novos programas. Então, penso que essa questão levantada pela Vereadora
é pertinente para que possamos aqui fazer o esclarecimento necessário.
A Vereadora também levantou outra questão
importante que merece uma correção: é em relação ao Projeto Carinho não tem
Idade, que se refere ao atendimento dos idosos. A Vereadora detectou uma lacuna
- acho importante, e já vamos corrigir -; há evidentemente uma lacuna que pode
ser preenchida com a distribuição, que eu acho que era esse o sentido, mas
realmente não estava assim apresentado, V. Exª tem razão.
Eu queria ainda dizer que não apenas tenho
discutido muito com as Sras. Vereadoras e os Srs. Vereadores do conjunto das
Bancadas sobre o PPA - Plano Plurianual - que está em debate nesta Casa, mas
também tenho discutido muito com a sociedade civil. São muito interessantes os
debates que tenho feito, acho que vão acabar gerando um conjunto de Emendas das
entidades, as chamadas Emendas Populares, suprindo algumas dessas lacunas e
enriquecendo seguramente a Peça Orçamentária colocada pelo Executivo.
Queria destacar as audiências que fiz com o CMDCA,
com o Fórum de Entidades. Acho que, durante esta semana inteira, esta Casa será
palco de novas conversas, de novos debates, de novos aprimoramentos. E os
Vereadores e as Vereadoras que efetivamente leram o PPA poderão dar uma
importante contribuição, assim como a sociedade civil continua dando, quer seja
nos FROPs, Fóruns Regionais espalhados pela Cidade, que seguem discutindo isso,
quer seja nos Conselhos de Direito, em que estão discutindo isso juntamente com
os técnicos e os Secretários que, de uma forma transversal, construíram esse
instrumento e que foi encaminhado para a Câmara Municipal de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e público
que nos assiste pela TVCâmara: nós, do PDT, hoje, estamos prestando homenagem
pelo primeiro ano da morte de Leonel Brizola. Eu estava no Partido até este
momento, quando me retirei para cá para podermos tratar dos assuntos da Cidade.
Agradeço ao Ver. Ervino Besson, que me cedeu o espaço de Liderança que hoje era
seu para falarmos, em nome do PDT, na figura de Leonel Brizola.
Amanhã, exatamente amanhã, dia 21 de junho, fará um
ano que o Leonel de Moura Brizola faleceu. Nós, do Partido, estamos reunidos
desde sexta-feira na Assembléia - sábado, domingo e hoje - e amanhã em São
Borja. Hoje à noite iremos - alguns de avião, outros de carro próprio, haverá
seis ônibus da nossa militância - para São Borja para prestarmos, amanhã, a
nossa homenagem a Leonel Brizola.
Infelizmente, num momento muito triste para a nossa
população, para o nosso País, quando estamos vivendo tudo isso que está
acontecendo, principalmente, em nível nacional, em Brasília. Nós, do PDT, que
já apoiamos Partidos da nossa origem, Partidos de esquerda, lamentamos que
esteja acontecendo isso. Estávamos assistindo a um filme, no sábado, em que o
Brizola já previa que alguma coisa ia acontecer quando o Presidente Lula
convidou, para o Banco Central, o Sr. Henrique Meirelles. Ele já falou, naquele
momento, que a “pele de jacaré”, a “cara de jacaré” e o “rabo de jacaré”
somente poderiam ser um “jacaré”.
E hoje nós continuamos, quase três anos após o
mandato de Lula, vendo que não mudou a política monetária deste País. Então,
nós, do PDT, estamos duplamente entristecidos: pelo falecimento de Leonel
Brizola e pelo que está acontecendo neste País. Nós, do PDT, neste momento,
estamos discutindo o que podemos fazer para tentar ajudar este País, mas vimos
que não está fácil, há muitas coisas envolvidas e muito jogo ainda para jogar.
Nessa CPI dos Correios, vão ser divulgadas muito mais coisas, e, para a nossa
infelicidade, tenho certeza, de todos nós gaúchos, o Sr. Roberto Jefferson se
torna um herói nacional.
(Aparte anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)
O SR. MARIO
FRAGA: É uma verdade, Ver. Adeli Sell, o Sr. Roberto Jefferson se torna um
herói nacional. Infelizmente, para nós, Ver. Oliboni, vimos...
(Aparte anti-regimental do Ver. Aldacir Oliboni.)
O SR. MARIO
FRAGA: Se Deus quiser vai ser cassado. Nós vimos Roberto Jefferson dando
autógrafo no supermercado, sendo abraçado, sendo parabenizado, sendo ele um
corruptor; se ele recebeu dinheiro de alguém e repassou para alguém, ele está
corrompendo alguém do seu Partido, infelizmente, ou de outro Partido.
Então, nós, do PDT, neste momento em que Leonel
Brizola nos faz muita falta, estamos refletindo. O PDT trabalha sobre a vida e
obra de Leonel Brizola, desde sexta-feira, na Assembléia Legislativa. Hoje,
estamos no Partido; Carlos Lupi está aqui; Paulinho, da Força Sindical, está
junto conosco; diversas personalidades; o Governador de Alagoas, Ronaldo Lessa,
que saiu do PSB - pena que o Ver. Professor Garcia, do PSB, não está -, há um
mês, ingressou no PDT por conta própria, disse que o PDT tinha suas idéias, que
estava no PSB, mas que não via um grande futuro para apregoar suas idéias, ele
veio para o PDT, para se unir e levar adiante as idéias de Leonel Brizola.
Então, a homenagem do PDT, nesta Casa, pela passagem de um ano do falecimento
de Leonel Brizola. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do
Regimento)
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
Nº 2446/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
institui Ouvidoria Pública no âmbito do Município de Porto Alegre.
PROC. N.º 0878/05 –
SUBSTITUTIVO N.º 01, que autoriza o Poder Executivo a criar o Parque
Temático Tradicionalista, denominado Cidade Gaúcha, equipamento público de
caráter turístico, cultural e de lazer, com o objetivo de divulgar a cultura e
as tradições do povo gaúcho e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 039/05, ambos de autoria do Ver. José Ismael Heinen.
PROC.
Nº 3090/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
proíbe o uso de produtos fumígenos em recintos fechados de uso público no Município
de Porto Alegre.
PROC.
Nº 3610/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 108/05, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução n.º
1.576, de 9 de outubro de 2001, que institui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, quota básica mensal de custeio a
materiais e serviços para os gabinetes dos Senhores Vereadores, mediante
acréscimo de custeio de despesas de viagens, passagens e diárias aos Vereadores
em representação, ou em missão especial, aos itens formadores da mencionada
quota.
PROC.
Nº 3611/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 109/05, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução n.º
1559, de 22 de agosto de 2001, que inclui Estágio Curricular para estudantes de
estabelecimentos de ensino médio e superior na Câmara Municipal de Porto
Alegre, dando nova redação ao art. 10 e acrescentando art. 10-A, estabelecendo
a extinção do vínculo entre os valores pecuniários das bolsas-auxílio mensais e
os padrões de vencimento 2 e 4 dos cargos efetivos, bem como a instituição de
limite de 50 vales-transporte mensais.
2.ª SESSÃO
PROC.
Nº 3454/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 171/05, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que
inclui o Mix Bazaar no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.
PROC.
Nº 3468/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 173/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao ex Vereador Coronel Pedro Américo Leal.
3.ª SESSÃO
PROC. N.º 5270/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 218/04, de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Praça Lino Augusto Schiefferdecker
um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Jardim
Itú-Sabará. (Desarquivado pelo Ver. Dr. Goulart)
PROC. Nº
3260/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que
determina a publicação semestral dos dados referentes aos Cargos em Comissão do
Executivo Municipal de Porto Alegre
no DOPA, na última semana de junho e dezembro de cada ano.
PROC. Nº 3261/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 104/05, de autoria da
Ver.ª Margarete Moraes, que determina a publicação semestral dos dados
referentes aos Cargos em Comissão da Câmara Municipal de Porto Alegre no DOPA, na última semana
de junho e dezembro de cada ano.
PROC. Nº 3262/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 165/05, de
autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que destina espaço, no Largo 8 de Março,
para homenagem em comemoração ao centenário de nascimento da Poetisa Lila
Ripoll.
PROC. N.º 3388/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 168/05, de
autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que denomina Rua João Baptista Tedesco um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Mário
Quintana.
4.ª SESSÃO
PROC.
Nº 3324/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 105/05, de autoria da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do
Mercosul - CEFOR, da Comissão de Educação, Cultura e Esportes – CECE e outros,
que modifica a Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações
posteriores, com as inclusões de inciso XIV ao art. 34 e novo § 1º ao art. 42,
renumerando os demais, que atribui, entre outras, competência ao Presidente da
Comissão para reservar, nas dependências da Câmara ou fora dela, salas,
plenários ou outros espaços para atividades da Comissão. Com Emenda n.º 01.
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente,
colegas Vereadoras, Vereadores, hoje há um Projeto meu na Pauta que
institui a Ouvidoria Pública no Município de Porto Alegre, mas vou discutir o
Projeto do meu colega João Carlos Nedel que proíbe o uso de produtos fumígenos
em recintos fechados de uso público no Município de Porto Alegre. Apesar de, em
muitos momentos, eu ter tido parcerias, concordâncias - nós continuamos fazendo
vários trabalhos conjuntos -, o Ver. Nedel e eu somos de Partidos diferentes,
temos opiniões contratantes em vários pontos, mas, nem por isso, deixamos de
ter respeito mútuo pelo trabalho de cada um.
No entanto, Ver. Nedel, eu que não sou fumante,
acho que o seu Projeto é equivocado, na medida em que, hoje, nós temos uma lei
municipal que, felizmente, está sendo observada pelas pessoas. Nós temos a
distinção em bares, restaurantes, casas noturnas, locais de entretenimento,
locais públicos, como esta Câmara, em que vejo com freqüência as pessoas saindo
do gabinete, depois continuam trabalhando no gabinete, para fumar no corredor,
que é um local aberto. Como vejo, também, quando as pessoas entram no
restaurante e são abordadas gentilmente pelo garçom, pelo atendente,
perguntando se é fumante, se não é fumante. Já se tornou uma tradição em Porto
Alegre as pessoas, em locais fechados, perguntarem: “Eu sou fumante, em que
lugar sento?” Quer dizer, nós constituímos, meu caro Vereador, uma tradição
positiva na cidade de Porto Alegre.
Eu tenho uma profunda preocupação com a saúde das
pessoas; evidentemente, não sou hipócrita aqui de não discutir essa questão. No
entanto, acho o seu Projeto equivocado, não vai vingar, porque nós não podemos
deixar de lado algo que está indo bem, um Projeto que é equilibrado, um Projeto
em que as pessoas observam a lei, em troca de uma lei que é extremamente xiita,
uma lei que é extremamente contundente, que quer acabar totalmente com a
questão do uso de produtos fumígenos em locais públicos fechados, quando nós
temos uma distinção de local para fumantes e local para não fumantes.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu
caro Ver. Adeli Sell, agradeço o seu aparte. Eu acho que é extremamente
oportuno o que V. Exª está colocando na tribuna. Há uma lei, V. Exª está
destacando com muita propriedade, do Ver. Wilton Araújo, por isso estranhei
esse Projeto que está na Pauta no dia de hoje. Agradeço a Vossa Excelência.
O SR. ADELI
SELL: Eu volto a insistir que o Projeto é equivocado nos dias atuais. É
equivocado, como também caminha no sentido da contramão da própria Convenção
Quadro, com a qual o Governo brasileiro se comprometeu internacionalmente,
porque o grande problema do Brasil é o contrabando de cigarros que vem do
Paraguai. Há uma grande fábrica no Uruguai que não produz fumo, e é introduzido
ilegalmente no País um cigarro que não tem controle nenhum da vigilância
sanitária, além evidentemente do problema da evasão fiscal e tributária, o
Governo brasileiro tem de colocar as suas energias exatamente nisso.
Eu fui a Santa Cruz do Sul, para a discussão, na
Audiência Pública da Convenção Quadro, conversei com os Senadores da República,
no dia anterior conversei com o Senador Paim, conversei com o Presidente do
Instituto Nacional do Coração e disse para ele que ia colocar a Anvisa, sim,
junto com a Receita Federal para fiscalizar nossas fronteiras. Fazer o que fez
a Receita Federal, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária numa grande
operação em Foz do Iguaçu, onde foram apreendidos mais de uma centena de
ônibus, onde se viu que o esquema de introduzir ilegalmente o cigarro no Brasil
não se faz mais pela ponte do Paraguai; faz-se pelo rio e desova-se nos
armazéns de Cascavel e de outros lugares para trazer ilegalmente para a Capital
dos gaúchos.
Aqui, Ver. Nedel, nós temos uma distinção: lugar para
fumantes, lugar para não fumantes, a lei está boa assim. Eu não concordo com a
sua proposição. Desculpe a minha insistência, porque o que está certo não se
muda.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Prezado Sr. Presidente, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas
Vereadoras, há um conjunto de Projetos em Pauta hoje, e vou me referir ao
Projeto do qual o meu colega Ver. Adeli Sell tratava. É o Projeto de autoria do
Ver. João Carlos Nedel que proíbe o uso de produtos fumígenos em recintos
fechados.
Primeiro, quero registrar aos colegas e ao próprio
Ver. Nedel que estive estudando todos os Projetos de Lei que existem no
Município de Porto Alegre hoje, inclusive muitos deles de autoria do Executivo
Municipal. Eu trago aqui, primeiro, uma posição de dúvida sob o ponto de vista
da legalidade do Projeto. É claro que a nossa Comissão de Justiça vai-se
pronunciar na seqüência, porque encontrei vários Projetos que já proíbem a
questão do fumo em espaços públicos, de qualquer maneira eu creio que é
oportuno esse debate, porque este Vereador que aqui fala é um árduo trabalhador
no sentido de construirmos uma cultura ambiental na sociedade. A construção da
cultura ambiental é fundamental para que possamos avançar no sentido de salvar
o planeta.
Parece que não, mas o simples gesto de muitos
fumantes - inclusive de muitos médicos fumantes - não é um bom exemplo para a
sociedade, seja em espaços públicos ou em ambientes fechados, Sr. Presidente,
inclusive a grande maioria de fumantes desta Casa. É inconcebível que não
possamos andar nos corredores ou deixar as portas dos nossos gabinetes abertas
para poder trabalhar de uma forma tranqüila, porque a fumaça invade nossos
espaços de trabalho, que são espaços para se cultuar a política e a construção
de uma cultura ambiental.
Todavia respeito e acho que é legítimo que quem
quer exercer o seu direito de fumante assim o possa fazer em qualquer espaço
desde que não venha a prejudicar aqueles que, por opção ou por consciência,
optam por não fumar, seja de uma forma passiva, seja de uma forma direta,
porque os que sofrem os piores males são os fumantes passivos, ou seja, aqueles
que ficam respirando indevidamente a fumaça que não pediram para ter ao seu
lado.
Mas, mais do que isso, como sou um homem da
agricultura, como sou um homem que me formei em Engenharia Agronômica, como sou
um homem que combati a Revolução Verde e os pacotes tecnológicos dos venenos que
empurram goela abaixo aos pequenos agricultores, quero declarar desta tribuna
que me sinto muito gratificado, porque, ainda como estudante de Agronomia,
consegui convencer o meu irmão, que era plantador de fumo, a parar de plantar
fumo, pois eu tinha dois sobrinhos, um de quatro e outro de cinco anos que
corriam e andavam pelos galpões e pelas lavouras de fumo. Nada menos, nada mais
do que 21 aplicações dos “cidas”, desde herbicidas para matar ervas,
inseticidas para matar insetos, nematicidas para matar nematóides, acarecidas
para matar ácaros e assim por diante. Esse pacote de venenos que vem grudado
nas folhas de tabaco, com certeza, ninguém até hoje estudou os seus efeitos
colaterais e o que significa isso na cadeia alimentar, ou mesmo no processo da
reprodução humana, ou da qualificação da sociedade no sentido da busca da
qualidade ambiental.
Portanto, Ver. João Nedel, quero dizer que sou um
aliado no debate dessa temática, no debate desse avanço de cultuarmos uma
sociedade ambientalmente correta. Para concluir, se todos os pequenos
agricultores que hoje plantam fumo, que se envenenam, que envenenam o mundo e o
meio ambiente, produzissem alimentos nesses espaços, com certeza toda a
sociedade ganharia muito mais. Isso também não é um debate fácil, temos que
fazer uma transição, e uma transição conjuntural da estrutura política,
agrícola brasileira e também de uma conscientização, principalmente, dos
legisladores que também fumam pelos corredores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Valdir Caetano): A Verª
Manuela d’Ávila solicita Licença para Tratamento de Saúde. O Suplente não
assumirá.
O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURÍCIO
DZIEDRICKI: Exmo Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, servidores que nos atendem neste Parlamento,
público das galerias, povo de Porto Alegre que nos assiste através da TVCâmara:
eu venho registrar em nome do meu Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro, a
missão que muito me honrou, que foi a de representar essa Bancada de Vereadores
neste fim de semana, na reunião da Executiva Nacional do PTB, realizada em
Brasília, nos dias 17 e 18 últimos, para tratar de algo que vem assolando a
sociedade brasileira, com denúncias, denúncias e mais denúncias. A política não
pode ser conduzida dessa forma. E lá nós fomos registrar a nossa maior
indignação, de não aceitar que o nosso nome, que a nossa trajetória, que os
nossos 60 anos de política voltados para a comunidade, voltados para o povo
brasileiro fossem maculados por alguns que fazem mau uso das verbas públicas,
conduzindo de maneira errônea seus investimentos políticos que passam a ser
investimentos pessoais.
O PTB gaúcho levou a Brasília 37 delegados, 37
representantes daqueles que têm como missão a ética e o respeito com o povo do
nosso Brasil, com o povo do nosso Estado, com o povo de Porto Alegre. Lá nós
registramos algo que já vinha nos incomodando desde o primeiro momento - e
registro de público -: o PTB gaúcho não ocupou um cargo sequer no Governo
Federal. Em reunião com mais de trezentos representantes do Brasil, nós
conseguimos fazer com que hoje pudéssemos registrar o afastamento de todos os
cargos do Partido Trabalhista Brasileiro no Governo Federal. Não mais fazemos
parte da sustentação do Governo Lula.
Fazemos parte, sim, do Governo que sustenta as
políticas de inclusão para o povo brasileiro, da representatividade que devemos
ter, honrando os nossos votos, porque fomos eleitos para defender as questões
nacionais, as questões do nosso povo, de quem nos elegeu. Não mais fazemos
parte deste Governo, até mesmo para ajudá-lo, aproveitando esse momento e esse
distanciamento para que sejam conduzidas as investigações da maneira mais clara
e correta. E que a devida punição seja empregada àqueles que malversaram o uso
dessas verbas, porque nós não admitiremos - nós não; nós, gaúchos, que como
tradição temos uma marca muito presente na construção de políticas, na
construção de representatividade da sociedade e de dignidade. Nós, políticos,
não podemos mais ser tratados como estamos sendo tratados hoje. Aqueles que nos
elegem têm o compromisso de nos fiscalizar, e nós temos o compromisso também de
fiscalizar o próximo.
Esse afastamento é uma conquista que o PTB gaúcho
pôde levar ao cenário de Brasília. Marcamos posição, fomos estridentes quando
precisamos, tratamos com as realidades nacionais - e como são difíceis! -,
porém mantivemos nossa firmeza, nossa convicção de que este Governo precisa,
mais do que nunca, de um balde cheio d’água e gente com os panos a fim de
limpá-lo, a fim de deixar transparente o que hoje está obscuro. Temos convicção
de que governamos pelo Brasil e que essas verbas públicas devem ser investidas,
realmente, verdadeiramente, naqueles que mais precisam, que o esquema de corrupção
que hoje porventura é levantado nos Correios, no RB, nas diversas agências de
publicidade seja dirimido. Isso para que possamos, no momento em que voltarmos
às ruas, voltarmos com a alma lavada, como hoje estou aqui para poder registrar
que o PTB gaúcho têm posição, que a nossa posição é sair do Governo para
apoiar, sim, investigações sérias, concretas, corretas e evidentes que mostrem
para a sociedade brasileira que política se faz com responsabilidade, com
moralidade e com ética.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho dito
com freqüência que esta Casa têm Prêmios em excesso: há dia para todas as
coisas, semana para todas as coisas, e também há agressões desnecessárias.
Hoje, como outros Vereadores também o fizeram, li na coluna da jornalista Dora
Kraemer: “Representantes de ONGs homenageadas pela Verª Maristela Maffei em
Sessão Especial na noite de sexta-feira criticaram bastante a ausência das
demais Bancadas no plenário. Dos 36 Vereadores, participaram Maristela
(proponente), Aldacir Oliboni (PT), que presidiu a Mesa - responsabilidade dele
- , Carlos Todeschini, do PT - que não ficou toda a Sessão - e Sofia Cavedon,
também do Partido dos Trabalhadores.”
Bem, eu venho a esta Casa todos os dias, pela manhã
e à tarde. Hoje, porque havia um assunto importante a ser discutido, que era o
Orçamento Plurianual, eu cheguei aqui às 12h45min, porque sabia que, se não
chegasse, não conseguiria me inscrever para falar sobre um assunto que
interessa à Cidade.
Agora, nós vamos ter que ser mais sérios. Eu
preferia que a Verª Maristela Maffei estivesse aqui, porque, inclusive, ela
ameaçou, no seu pronunciamento, fazer com que os Vereadores ouvissem a sua voz.
Falou até contra o Papa.
Mas
vejam o que houve. Como é que nós vamos imaginar, na Casa que faz festa para
todos... Está aqui, nas minhas mãos: “Sessão Solene Especial, Avanços na Visibilidade
Homossexual. Proponente: Verª Maristela Maffei; data de realização: 17 de junho
de 2005, às 19h.”
Ora,
eu tenho muitas coisas para fazer, achei que estaria muito bem representado
pela Verª Maristela Maffei e solicitei que a autora falasse pela minha Bancada.
Mas eu vejo que outros Vereadores também colocaram a mesma coisa que eu. A
Vereadora não teve paciência, tranqüilidade para dizer que falava em nome das
outras Bancadas. Ela falou até contra ela, falou até contra ela! Porque, no dia
anterior, havia feito aqui um belíssimo discurso homenageando os italianos e,
no outro dia, reclamou, dizendo que, para os italianos, havia Vereadores para
falar, havia público e que para a Sessão Especial... E ela não falava em ONGs,
não havia nenhuma organização não-governamental; eu não poderia descobrir,
ninguém falou isso. Então, eu acho que, se tivéssemos menos festas, se
tivéssemos menos homenagens, se tivéssemos menos preocupação em criar novos
Prêmios, nós não teríamos problemas como este.
A jornalista, por certo, foi informada por alguém.
A Verª Maristela Maffei, em relação à Sessão Especial na noite de sexta-feira,
disse que os representantes criticaram bastante a ausência das demais Bancadas
no plenário. Dos 36 Vereadores, compareceram quatro, incluindo ela; quatro
Vereadores do PT.
Agora, eu tive a paciência de ler todos os
pronunciamentos e até estranhei, porque fala o proponente, fala uma pessoa, mas
aqui falaram dez. Uma Vereadora e mais dez. Mas nenhuma das ONGs presentes -
havia ONGs presentes, sim - reclamou dos Vereadores; muito ao contrário, todas
agradeceram aos Vereadores. Agora, por que essa nota dando a impressão de que
os Vereadores não têm preocupação com os problemas da Cidade? Não, eu venho
aqui todos os dias. Agora, não venho a todas as Sessões Especiais, não venho a
todas as Sessões Solenes e já vi uma homenagem aqui à Petrobras nos 50 anos e
contei todas as pessoas no plenário: havia 36 pessoas. Cinqüenta anos da
Petrobras, proposta do Ver. Raul Carrion, no ano de 2003. Contei o número de
pessoas no plenário, contei os Vereadores, contei todos juntos e dava 36
pessoas. Então, às 19h de sexta-feira, depois de uma semana tumultuada,
parece-me que alguns Vereadores têm direito ao repouso. E, como solicitaram que
fossem representados pela autora da proposta, eles foram tranqüilos até, mas
não houve essa representação, não houve essa citação; houve a crítica e a
ameaça. Está aqui nas palavras da Verª Maristela Maffei, que eu prezo muito,
mas não gostei do seu discurso. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público
aqui presente, assistentes do Canal 16, chamou-me a atenção - e eu quero
discutir um pouco - o Projeto do Ver. João Carlos Nedel que trata da questão da
proibição do fumo em locais fechados. Eu creio ser esse um tema que não só tem
o objetivo da coerção, da limitação, mas é um elemento de necessária discussão
a respeito da consciência que as pessoas devem ter e desenvolver acerca desse
tema.
Eu acompanhei, numa determinada época, todo um
debate que envolvia a questão do Governo Estadual em relação aos tributos que
eram arrecadados pelo exercício da atividade fumageira e o conjunto de
agricultores, de famílias, de empregados dependentes, todos da indústria do
fumo. E isso também é uma maneira muito expedita, muito rápida e, às vezes,
eficaz de arrecadar impostos por parte dos Governos, basicamente o Governo
Estadual. Mas também ouvia a contestação e o dizer de que os impostos que são
arrecadados pelo exercício da atividade de produção do fumo são drenados em
maior quantia para o Sistema de Saúde, pois os malefícios causados pelo
cigarro, os malefícios causados aos agricultores, pelos venenos, pelos
agrotóxicos e pela atividade insalubre, que é o plantio do fumo, são muito
maiores do que os resultados que são trazidos; a ponto de, quando o negócio não
está muito bom, quando o fumo não está dando muito lucro às multinacionais do
cigarro, haver uma diminuição considerável da atividade de propaganda, do
estímulo ao consumo. Quando o negócio se torna mais rentável, então há um reinvestimento
na atividade de propaganda.
Não se trata aqui de ser chato, de fazer coerção ou
de querer impedir as pessoas de fumar. Agora, é necessário, sim, ser essa uma
medida de conscientização, no sentido de que tenhamos os ambientes preservados,
para que tenhamos os ambientes saudáveis, principalmente onde há concentração
de pessoas. E é importante que se diga que o uso, o hábito de fumar não é
privilégio dos países pobres ou menos desenvolvidos. Pelo contrário, nos países
ricos e mais desenvolvidos, o número de fumantes e o volume de cigarros
comercializados são muito superiores ao número que se tem aqui no Brasil. Eu
tive a experiência de conhecer os fumantes do Japão. O povo japonês fuma muito
mais do que o povo brasileiro, e o povo japonês é muito desenvolvido.
Então, Ver. Nedel, não se trata de fazer, aqui, uma
ação coercitiva, mas de chamar a atenção para um problema que é de Saúde
Pública, de meio ambiente, é um problema da atividade agrícola, porque muitas
pessoas são estimuladas a cultivar o fumo por ser uma atividade rentável e boa
para a sobrevivência. Eu creio que essa atividade deva ser progressivamente
convertida para outras linhas de produção, inclusive com subsídio
governamental, caso seja necessário, para que as pessoas não adoeçam, para que
as pessoas, além de não estimularem o hábito de fumar, o hábito do tabagismo,
não tenham também a prática de se envenenar e de envenenar a terra e a água, o
que, em última instância, é o que acaba acontecendo.
Por isso, eu creio que nós devemos trabalhar nesse
sentido. E será uma longa batalha contra todo o poder da mídia, da propaganda,
da indução ao uso do tabaco, à prática do tabagismo. Portanto, eu cumprimento
V. Exª por essa iniciativa, Ver. Nedel, e me associo nessa defesa como elemento
de consciência. Muito obrigado, senhoras e senhores, por terem me ouvido.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, começou o debate sobre o Projeto de minha autoria
proibindo o fumo, em Porto Alegre, nos recintos fechados de uso público. O meu
Projeto prevê, essencialmente, a proteção dos não-fumantes. Ele não está
proibindo que se fume; ele proíbe que se fume em locais públicos fechados. Em
locais abertos, pode-se fumar, porque há ventilação suficiente protegendo os
não-fumantes.
Mas eu queria dar alguns dados que muitos fumantes
talvez não saibam, meu caro Ver. Alceu Brasinha, fumante. São quatro mil
substâncias... Ah! Não é fumante! O Ver. Brasinha não é fumante. A cada tragada
que dão, inalam substâncias tóxicas, e, dessas quatro mil, oitenta são
cancerígenas, promovem o câncer. Em razão disso, a tragédia do vício de fumar
provoca a morte de três milhões e meio de pessoas por ano no mundo, três
milhões e meio. No Brasil, só no Brasil, mais de cem mil pessoas morrem, por
ano, por problemas decorrentes do fumo. Os dados sobre os efeitos do fumo no
organismo são, no mínimo, alarmantes, pois o fumo é responsável por 30% das
mortes por câncer, 90% de câncer do pulmão, 97% de câncer de laringe - meu caro
Ver. Dr. Pinto, que me ouve com imensa atenção -, 25% das doenças do coração
são causadas pelo fumo, 85% das mortes por bronquite e enfisema, 25% das mortes
por derrame e 50% dos casos de câncer de pele. Não se pode esquecer que o mal
do cigarro está na fumaça e que existem mais de quatro mil elementos nocivos.
Para um fumante passivo, e aí a proteção ao
não-fumante - que é o fumante passivo -, a simples inalação da fumaça traz 10%
de risco. Pesquisadores americanos e europeus descobriram algumas coisas muito
significativas sobre os efeitos do fumo sobre quem não fuma, mas que convive
com fumantes. Por exemplo: o fumante passivo pode chegar a inalar o equivalente
a um ou dois cigarros por dia. Quem não fuma, convivendo com alguém que fuma,
pode fumar dois cigarros por dia. Então, essas estimativas apontam que morrem,
por ano, cinco mil pessoas não-fumantes, vítimas de câncer de pulmão. Maridos
de mulheres fumantes têm duas vezes mais risco de morte por doença coronariana
do que maridos de não-fumantes. Mulheres não-fumantes casadas com fumantes têm
quinze vezes mais incidência de doença coronariana. Encontra-se nicotina no
sangue e na urina de não-fumantes expostos à fumaça do cigarro. A verdade é que
a fumaça do cigarro é um grande poluente doméstico, pois, uma vez estando uma
pessoa numa sala fechada com um fumante, essa sala é mais poluída do que a mais
poluída das cidades do ABC paulista. É por isso que esse Projeto está em
discussão nesta Casa, pretende salvar a vida de muitas pessoas. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) Desiste. A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir a
Pauta.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, funcionários desta Casa, em especial os funcionários, hoje ocupo
esta tribuna para falar do Título ao ex-Vereador de Porto Alegre Pedro Américo
Leal. Gostaria de apresentar o porquê da decisão de homenagear esse homem
público com o Título de Cidadão de Porto Alegre. Em primeiro lugar, creio que,
por razões familiares, esse Parlamentar merece a honra. Escolheu por esposa uma
gaúcha, com quem teve sete filhos, nascidos aqui nos Pampas, de alma gaúcha e
coração porto-alegrense. Foi acolhido por esta Cidade e fez dela o seu lar.
Nada mais justo de que seja chamado de Cidadão de Porto Alegre.
Uma segunda razão que me leva a ressaltar a
importância desse Título é o desempenho desse homem público na defesa da cidade
de Porto Alegre, sempre nas questões em benefício da nossa comunidade, na luta
pelo bem-comum do cidadão porto-alegrense, criando Projetos sempre pensando nos
interesses da comunidade da nossa Cidade.
Gostaria também de ressaltar que o ex-Vereador
Pedro Américo Leal exerceu vários cargos políticos: Chefe de Polícia, foi
quatro vezes Deputado Estadual, três vezes Vereador desta Cidade. Isso nada
mais é do que o indicativo forte de que ele merece esse Título e se confirma na
medida em que as Lideranças Parlamentares entenderam minha solicitação com esse
pedido e fazem questão de adotar também como suas a concessão do referido
Título.
Então, eu gostaria, pela importância dessa notícia
de que eu agora fui informada, de agradecer e registrar que é o segundo dia de
Pauta desse Projeto de Lei do Legislativo que concederá ao ex-Vereador de Porto
Alegre Pedro Américo Leal o Título Honorífico de Cidadão da nossa Cidade.
Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. ERVINO
BESSON (Questão de Ordem): Verª Mônica Leal,
acho que houve aqui um equívoco, pois esta Casa não pode deixar nenhuma mácula
no nome do Ver. Pedro Américo Leal, pela sua história. Só que eu quero dizer
que quem entrou primeiramente com essa sugestão do Título de Cidadão de Porto
Alegre, com a assinatura de vários Vereadores, foi este Vereador! Agora, eu não
entendo o que houve. Até acho que, no mínimo, até pelo respeito que eu tenho ao
ex-Vereador Pedro Américo Leal, a Verª Mônica Leal teria de, pelo menos, ter-me
consultado. Eu sei que é filha do ex-Vereador, mas acho que nós temos de ter um
convívio harmônico nesta Casa, porque vários Vereadores assinaram esse Título
para o ex-Vereador Pedro Américo Leal.
A SRA. MÔNICA
LEAL (Questão de Ordem): Eu fico surpresa e chocada, porque fui avisada pelo
Ver. Ervino Besson de que não daria o Título ao ex-Vereador Pedro Américo Leal,
por ter direito à indicação de apenas um Título; ele escolheu, então, o
arcebispo Dom Dadeus. Eu estou simplesmente impressionada com a sua fala. Como
eu fui avisada de que V. Exª não daria o Título para o ex-Vereador, eu,
prontamente, avisei-lhe que o faria. E, em conversa com o Ver. Dib, ficou
estabelecido que seria endossado pelas Lideranças. Eu não sei aonde V. Exª quer
chegar, eu sinto muito.
O SR. ERVINO
BESSON: Vereadora, primeiramente, não é verdade que eu disse que não daria o
Título para o ex-Vereador Pedro Américo Leal. Eu tenho um período de quatro
anos, Vereadora! Ele é seu pai, Vereadora, agora, não é verdade. Vereadora, não
coloque mentira na minha boca, porque eu não aceito. Não é verdade! Não é
verdade! E tenho o maior respeito pelo seu pai. Mentira comigo, não!
A SRA. MÔNICA
LEAL: Eu gostaria só de finalizar, não vou entrar nesse tipo de discussão, até
porque me lembro bem do dia em que conversei com o Ver. Ervino, em que foi
comunicado ao ex-Vereador Pedro Américo Leal. Jamais, até pelos que me
conhecem, jamais tomaria uma atitude como essa que o Vereador aqui quis levar
ao conhecimento, quis passar a Vossas Excelências. Eu simplesmente não vou
continuar com esta discussão. E, se o fiz, é porque fui informada de que ele
não daria esse Título neste ano. Obrigada.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, neste momento o Projeto não é mais
da Verª Mônica Leal. As Lideranças, unanimemente, encamparam o Projeto, pela
importância do Vereador que foi Pedro Américo Leal, do cidadão que é Pedro
Américo Leal, que deixou esta Casa. Então, o Processo passou a ser de todas as
Lideranças; está assinado por todos, só faltando o Ver. Professor Garcia, que
no momento não está, mas os outros onze Vereadores já assinaram, não há
problema nenhum. O Processo agora é das Lideranças da Casa.
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. João Dib. Esta Casa se sente honrada
em discutir esse Título.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a esquerda brasileira está
profundamente traumatizada com a evolução dos fatos e, como resposta a essa
evolução, tem exercitado desde o complexo de culpa até a mais alta paranóia
política. Outro dia, em inflamado discurso, o representante do Partido
Comunista do Brasil dizia que há um clima de golpe no Brasil, de golpismo. E
mais do que isso: que havia o interesse dos Partidos, comandados por um suposto
“príncipe das trevas”, na demissão do Presidente Constitucional do Brasil. Não!
Nenhum Partido de oposição, nenhum Partido que deixou de integrar a base do
Governo quer a demissão do Presidente Lula; muito pelo contrário, o que nós
queremos é que o Presidente Lula cumpra o seu mandato na Presidência da
República do Brasil até 31 de dezembro de 2006. Isso não só é inalienável como
é uma vontade da oposição brasileira. Porque dizer que as velhas oligarquias,
que os reacionários, que os feudais dos outros Partidos, que não fazem parte da
base de Governo, querem e são a origem desse sentimento de golpismo não é
verdade. É mentira, por um só motivo: nunca, na história deste País, os
banqueiros, os atravessadores, os especuladores - nunca - tiveram tanto lucro,
ganharam tanto dinheiro como no Governo do Presidente Lula!
Então, essa facção acusada de golpista, ao
contrário, quer que permaneça como está esta situação no País. Se houvesse a
intenção de golpe, nós teríamos, inclusive dentro das acusações, a inclusão do
Presidente do Brasil, que está numa “sinuca” daquelas sem solução, num grande
impasse - ou ele sabia e não tomou providências; ou ele não sabia e é inepto.
Pois mesmo assim, com todas essas setas apontando contra a permanência de Lula
na Presidência da República, nós queremos que ele fique até 31 de dezembro de
2006, nem que seja para, no mínimo, purgar as incompetências, as coalizões,
porque quem as fez, quem as escolheu não foi a oposição no Brasil, foi
exatamente a situação, foi iniciativa do Partido dos Trabalhadores. E hoje esse
Partido dos Trabalhadores, que se confunde com o Governo, vai ficar no poder
nem que seja de castigo, até o final, até 31 de dezembro de 2006, para que o
País inteiro saiba como certas coisas nesta República brasileira não devem ser
feitas, de que a aula foi plenamente aprendida.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Solicito abertura do painel eletrônico para
ingressarmos na Ordem do Dia. (Pausa.)
(Manifestações do Plenário.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Eu avisei com antecedência. Agora, isso não pode
mais continuar.
(Manifestações do Plenário. Manifestação inaudível
da Verª Sofia Cavedon.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Não, V. Exª não avisou; V. Exª veio até a Mesa e
lhe perguntei: “É Liderança?” Disse: “Não”. O.K.,
vamos abrir a Ordem do Dia. Tudo bem, mas, por favor, nós temos uma orientação.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Ver. João Nedel, quero aqui, em nome da minha Bancada, a Bancada do
Partido dos Trabalhadores, trazer a seguinte opinião, a seguinte postura, em
nome da nossa Líder, Verª Maristela Maffei, e dos demais colegas: no último
final de semana, também o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores se
reuniu e afirmou uma posição pública e notória sobre o enfrentamento da crise
que está sendo construída por alguns setores dessa sociedade que sempre
usufruíram dos benefícios da República por esses 500 anos.
E temos de deixar aqui muito claro: o Partido dos
Trabalhadores enfrenta hoje uma inescrupulosa campanha que visa a desmoralizar
o Partido perante a opinião pública, com acusações falsas e mentirosas.
Trata-se de uma campanha patrocinada por setores, sim, da oposição. Quando
falamos aqui em oposição, citamos, com muita fortaleza, o PSDB e PFL
prioritariamente. Trata-se de uma campanha orquestrada que expressa uma
tentativa de condenar política e moralmente o PT, num processo sem fatos e sem
provas. Procuram quebrar a espinha dorsal do Partido dos Trabalhadores e
atingi-lo naquilo que temos, que nos identifica com a sociedade, que é a defesa
da ética e do combate à corrupção.
E, por falar em combate e corrupção, o PT, que
sempre lutou e que continuará lutando para que todos os fatos sejam
esclarecidos, os dirigentes do Partido dos Trabalhadores não temem comparecer
diante de uma Comissão Parlamentar de Inquérito ou de qualquer outro órgão de
investigação, porque não têm o que esconder. O Partido dos Trabalhadores confia
que as instituições democráticas restabeleceram a verdade através de
investigações isentas. Iremos até as últimas conseqüências legais para exigir a
reparação dos danos e a punição dos responsáveis pela disseminação dessa campanha
difamatória contra o Partido dos Trabalhadores. A nossa militância está pronta
para se mobilizar e para defender o nosso Partido, o Governo Lula e a
democracia e para impedir a irresponsabilidade política desses setores que
pregam um golpe que não é aquele da via ditadura militar, é um golpe branco.
Nós temos de dizer com todas as letras que o
Governo Lula, nesses três anos, nessas questões éticas - e esses setores da
oposição também não terão êxito -, nesses 29 meses, efetuou 1.424 prisões de
integrantes das quadrilhas, e essas quadrilhas não aceitam que o Governo vá a
fundo. Vir aqui nesta tribuna dizer que a Polícia Federal estréia de forma
truculenta, que a Polícia Federal não respeita os direitos da sociedade e que
faz shows nas prisões é querer tapar
com uma nuvem de fumaça as investigações de profundidade, porque elas são
pautadas, sim, em autorizações judiciais. São processos que não começaram hoje,
como é o caso da Schincariol, que todos os senhores estão ouvindo, que já
sonegaram mais de um bilhão dos cofres públicos, e isso não começou hoje,
começou no ano passado; como é o caso da quadrilha do Mato Grosso, sobre a
devastação da Floresta Amazônica, com a prisão de 89 membros de todos os
Partidos que lá gerenciavam essas corrupções.
Portanto, Sr. Presidente, para concluir, o Partido
dos Trabalhadores teve a posição corajosa do Ministro José Dirceu em ir ao
Congresso Nacional para fazer a defesa da sua honra, fazer a defesa do nosso
Partido e do Presidente Lula. E, diga-se de passagem, a população respondeu nas
pesquisas que aí estão: 80% da sociedade brasileira continua aprovando o
Governo Federal entre regular, bom e ótimo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e minhas
colegas Vereadoras, o Estado Democrático de Direito, que nós ajudamos a
construir, não pode fazer prejulgamentos; eu acho que não dá para condenar ou
absolver por antecipação.
Agora, Ver. Comassetto, e V. Exª é um
extraordinário Vereador desta Casa, eu quero dizer que os tropeços não partiram
de adversários do PT. Eu tenho olhado para a história republicana, e as
denúncias, ao longo da sua história e em outros momentos, partiram de
adversários políticos. Mas, afinal de contas, o Waldomiro Diniz é do MDB, do
PDT, do PTB? Não, o Waldomiro Diniz é aquele companheiro inseparável que,
aliás, era chamado de Ministro, Ver. Dib, lá no Congresso Nacional. E não se
mudava nenhuma vírgula numa proposta governamental se não houvesse a palavra
final de Waldomiro. Mas, afinal de contas, o Waldomiro tem a ver com outro
Partido a não ser com o PT? Essa figura lá do meu querido Estado de Goiás, que
anda em carro blindado, parece um Presidente de países estrangeiros, o Sr.
Delúbio, professor de Matemática, afinal de contas, ele também é de outro
Partido ou ele é do PT? Então, desculpe-me, Ver. Comassetto, ninguém está
difamando o seu Partido, não; quem está difamando o seu Partido são os próprios
petistas. Ou por acaso a Luiza Helena é do nosso Partido? O Babá? A Luciana
Genro? Não! Então, desculpe-me, esse discurso está absolutamente torto. E V.
Exª diz que foi lá em São Paulo fazer um grande ato, mas o ato não foi na rua,
Ver. Luiz Braz, foi fechado, parece-me que foi em um hotel grã-fino, porque na
rua, se fizesse ato a favor do PT e contra a corrupção, com certeza o povo não
aceitaria.
Então, eu quero dizer que nós não queremos fazer
outra coisa, o Presidente da República chegou, Vereador-Presidente, e disse:
“Mas eu dou um cheque em branco ao Sr. Roberto Jefferson”. Mas, agora, o Sr.
Genoíno, que vivia tomando uísque escocês com o Sr. Roberto Jefferson, que
vivia nos hotéis grã-finos do Brasil, especialmente de Brasília, pois, agora,
esse parceiro inseparável, com jantares, comemorações, pois, agora, de uma hora
para outra, esse mesmo companheiro não é mais companheiro do PT? Não! Alguma
coisa está errada!
Eu não vou fazer prejulgamento. Acho que a Polícia
Federal cumpre um papel, mas, especialmente nessa sua última investida, acho
que ela fez muito mais para “inglês ver”, porque aos devedores tem de se pagar,
sonegador tem de pagar! Agora, sem nenhum processo, eu vou lá e prendo para dar
satisfação, quando a mídia está dizendo que Ministro tem problema, que há
desvio de recurso!? Nós conhecemos essa história muito bem, quer dizer tentar
desviar a atenção do foco principal da questão.
Eu acho, com toda a sinceridade, que essa CPI não
pode se transformar num instrumento de proteção, de blindagem de gente do
Governo. Eu acredito que essa CPI avançará, Vereador-Presidente, se o povo,
através da sociedade civil organizada, fizer uma forte fiscalização para que
não façam os famosos acordos no Palácio do Planalto com setores do Congresso
Nacional que precisam, indiscutivelmente, passar a limpo a vida deste País.
Portanto, Ver. Comassetto, desculpe-me, V. Exª não
está com o discurso focado corretamente. A população não está contra o PT; o
PT, que foi o paladino da ética durante 25 anos, tornou-se cúmplice da
corrupção neste País no pouco tempo que chegou ao Governo. Essa é a verdade!
Então, V. Exª não faça esse discurso, porque não está correto. Os problemas dos
senhores têm sido muito mais internos do que externos; a denúncia tem partido
lá de dentro e não de outros setores da sociedade. E não faça isso com Roberto
Jefferson, porque os senhores foram parceiros inseparáveis dele até ali atrás
e, agora, de uma hora para outra, dizem que o Robertinho nada tem a ver com a
vida dos senhores. Quem escolheu essa companhia não foi o Roberto Jefferson,
foram os senhores que escolheram Roberto Jefferson e tantos outros companheiros
para serem parceiros nesse processo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RAUL
CARRION: Exmo Sr. Presidente, demais Vereadores, Vereadoras e todos
que nos assistem, em primeiro lugar quero dizer que não pudemos acompanhar
todos os trabalhos no decorrer desta tarde, porque estivemos no Crea, na
atividade de lançamento do Núcleo Estadual da Campanha Planos Diretores
Participativos que o Ministério das Cidades lançou no dia 17 em todo o Brasil,
e o Rio Grande do Sul ainda estava em processo de organização. Estavam
presentes o Crea, nós, o representante do Prefeito Municipal, Antônio Proença;
representando o Movimento Popular, Pedro Dias; a Caixa Econômica Federal; a
FAMURS, uma platéia de quase cem pessoas das entidades e instituições de todo o
Brasil e a companheira Otília, do Ministério das Cidades.
Bem, isto posto, também queríamos fazer referência
à aprovação e, agora, à sanção, pelo Presidente da República, da lei que criou
o Fundo Nacional de Moradia Popular. Foi o primeiro Projeto, Ver. Bernardino,
de iniciativa popular, logo após a Constituição, com mais de um milhão e
duzentas mil assinaturas, que procura criar um novo sistema habitacional,
porque, desde a quebra do BNH e do Sistema Nacional de Habitação, este País não
tinha mais um Plano Nacional de Habitação. Então, o Projeto de Lei nº 2.710
tramitou por treze anos no Congresso Nacional para conseguir ser aprovado e
agora foi sancionado pelo Presidente da República, e a batalha agora será
conseguir recursos para a construção de moradias populares até cinco salários
mínimos, até três salários mínimos.
Por fim, nós queríamos, novamente, nos referir a
esta grave situação que vive o País, que preocupa todos nós, e reafirmarmos a
postura clara, transparente do Partido Comunista do Brasil. Primeiro, Ver.
Sebastião, nós defendemos o aprofundamento das investigações e a punição de
todos os corruptos que venham a ser comprovadamente identificados. Não temos
dúvida disso; o povo brasileiro exige isso, e o PCdoB está tranqüilo quanto a
isso. Essa corrupção, que é sistêmica, Ver. João Nedel, nunca foi tão combatida
como no Governo Lula. Por isso está vindo à tona. Não é que tenha aumentado a
corrupção; o que aumentou foi o desmascaramento, a identificação e a punição
dos corruptos, e temos de avançar mais. Tenho certeza de que, quanto mais
avançarem a investigação e a punição dos corruptos, mais vão ser os mesmos de
sempre que vão estar nas manchetes dos jornais.
Em segundo lugar, nós queremos que essa situação
seja aproveitada, para que o povo e os setores políticos da Nação tomem
consciência da necessidade de uma reforma política neste País, Ver. Nedel; a
reforma política que estava lá nas gavetas e que, felizmente, agora, começou a
andar; uma reforma política que amplie a democracia, que não restrinja, que
evite a manipulação de recursos públicos nas campanhas, o poder econômico nas
campanhas e assim por diante.
Em terceiro lugar, o PCdoB defende a resistência a
uma ofensiva orquestrada dos setores da direita, dos setores neoliberais, que
querem colocar campanha eleitoral na ordem do dia hoje sem se preocupar com os
grandes problemas da Nação. E vai ficando claro que essa disputa é entre a
direita neoliberal e o campo popular democrático e nacionalista. E o golpe,
Ver. Nedel, não é só contra o PT; claro que é fundamentalmente contra o PT e a
Frente Popular, mas é um golpe, também, contra os Partidos de centro, de forma
a intimidar e separá-los da Frente Popular. Então está sendo golpeado o PTB,
está sendo golpeado o PL, está sendo golpeado o PP, que têm tido uma posição
responsável frente ao Governo Lula, e outros Partidos do campo que têm dado
algum apoio ao Governo Lula. Então, é importante que a sociedade compreenda o
que está em jogo, que lute contra a corrupção, mas defenda um Governo legítimo,
que é o Governo Lula. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, vou me deter em dois temas: primeiro, o grande assunto que hoje
movimenta o Brasil, sobre a questão da CPI. Entendemos que esse assunto tem de
ser esgotado em todas as suas instâncias. O Partido Socialista Brasileiro, de
forma unânime, já manifestou o seu apoio incondicional e entende que todas as
investigações e todas as denúncias devem ser apuradas. Isso tem causado um
descrédito como nunca visto junto à população, porque dizem que a corrupção
anda solta. Agora, é importante salientar que a corrupção sempre existiu no
nosso País, existiu no mundo, e houve um período em que não eram publicados os
atos de corrupção. Durante o período da ditadura, não existia a possibilidade
que existe hoje, graças à democracia, o livre-arbítrio de as pessoas
manifestarem os seus pensamentos, as suas ações, sem terem o risco de
desaparecer, embora muitos acabem sendo mortos por outras ações, não por um
regime militar. Então, nós queremos dizer que, mais do que nunca, a democracia
e a liberdade de imprensa ajudam, e muito, para que todos os atos de corrupção
possam ser desvendados e colocados para fora; e isso é salutar, porque o
processo democrático precisa disso.
Também queremos fazer uma outra alusão a uma
situação interna, relativa a um Projeto que o Ver. Ibsen Pinheiro protocolou
hoje, que diz respeito aos parques públicos de Porto Alegre. No ano passado,
nós propomos um Projeto de Lei que foi aprovado por unanimidade desta Casa,
prevendo que qualquer cercamento de parques e praças públicas em Porto Alegre
só poderia ser realizado através de plebiscito. No ano passado, o entendimento
que tivemos, no conjunto dos Vereadores, foi de que, a cada Legislatura, um
Vereador entra com um Projeto propondo cercar, mais especificamente o Parque
Farroupilha, ou Redenção, como é chamado por muitos. A população já conhece a
posição deste Vereador, que é contrária, mas nós resolvemos tirar o foco da
discussão da Câmara Municipal de Porto Alegre. Essa lei que foi aprovada prevê
que um cercamento só poderá ser realizado através de plebiscito, e a população
é que vai dar o seu aval se quer realmente cercar ou não o Parque da Redenção,
ou outro parque qualquer que seja colocado em pauta.
Portanto, nós queremos fazer esse registro, porque
entendemos que, no ano passado, esta Casa, após várias discussões, após vários
meses, conseguiu construir essa lei, que é de nossa autoria, que prevê o
plebiscito para a possibilidade do cercamento do parque público. Isso foi
longamente discutido, amplamente divulgado pelos meios de comunicações, e
entendemos, sim, que a população é aquela que tem o direito legítimo de opinar
sobre aquilo que, na sua visão, é o melhor. Muitos nos disseram na época: “Mas
a população já não passa uma procuração para o Vereador?” Passa. Mas, neste
caso, nós queremos uma participação maior. Ou seja, que cada cidadão de Porto
Alegre que tenha direito ao voto possa, neste momento, contribuir e dizer se
quer ou não o cercamento de um parque.
Queríamos fazer esse registro e dizer que essa lei
de nossa autoria, do ano passado, que foi votada e votada por unanimidade,
prevê que qualquer cercamento em Porto Alegre só poderá ser realizado através
de plebiscito. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Havendo quórum, passamos à
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para um
Requerimento.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO (Requerimento): Queremos, num primeiro momento, sugerir, a partir
de um acordo, que votássemos o Requerimento nº 140/05, de autoria da Mesa
Diretora. Logo após, o PLL nº 142/98, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol; PLL
nº 226/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza; PLL nº 050/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel; PLL nº 056/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel. Por
enquanto, é isso. Procuraremos construir um novo bloco.
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação o Requerimento, de autoria da Verª
Clênia Maranhão, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Quero fazer uma retificação no meu Requerimento: não colocar em votação
o PLL nº 142/98. Foi um equívoco, desculpe-me.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Quero acrescentar, Verª Clênia, o PLL nº 217/04.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Certo, um aditivo.
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação a retificação solicitada pela Verª
Clênia Maranhão e o aditivo solicitado pelo Ver. Professor Garcia. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS por unanimidade.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N.º 140/05 – (Proc. nº 2974/05 – Mesa Diretora) – requer
Sessão Solene a ser realizada no dia 08 de novembro de 2005, às 17 horas,
destinada a assinalar o transcurso do 50º aniversário do Lindóia Tênis Clube.
(incluído em 25-05-05)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação o Requerimento nº 140/05. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(O Ver. Elói Guimarães reassume a presidência dos
trabalhos.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. 3845/03 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 226/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que
declara de utilidade pública a Sociedade Partenon Literário.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 20-06-05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 226/03. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 5257/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 217/04, de
autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Jorge Alberto Campezatto um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 20-06-05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 217/04. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 1165/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 050/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que altera a redação do art. 1º da Lei n.º 1.566, de 31
de dezembro de 1955, que denomina Estrada João Salamoni, corrigindo-a
ortograficamente para Estrada João Salomoni.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 06-06-05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 050/05. (Pausa.) O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLL nº 050/05.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Eu só queria informar que se trata de uma correção na grafia: é
Salomoni e não Salamoni. É só uma letra. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir o PLL nº 050/05.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu concordo com o Ver. Nedel, que colocou a questão da nomenclatura
correta, só que nós sabemos que toda a alteração vai implicar... E eu gostaria
que, depois, nos colocassem a respeito das empresas que há, se vai haver ou não
alteração. Essa é a preocupação que tenho, porque todos os registros, nesse
aspecto, devem ter essa grafia, e, alterando todas as razões sociais, também há
que fazer alteração... Então, isso aí demanda junto à questão da Junta Comercial,
por exemplo, algumas alterações que nós temos, como Vereadores, de pensar,
pois, às vezes, na ânsia de facilitar, nós estamos complicando algo que já é
consenso. Então, queria fazer esse registro.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLL nº 050/05.
O SR. ADELI
SELL: Caro Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu havia
solicitado à Verª Clênia Maranhão para não colocar em votação um outro Projeto,
o PLL nº 047/05, que altera o nome de Praça Dr. Quintino Bocaiúva para Praça
Dr. Celso Pedro Luft - que foi meu professor, magnífico professor -, porque nós
temos tantos lugares sem nomes que poderíamos nominar... Eu concordo que há
problemas na troca... No caso de João Salomoni é diferente, há registros
equivocados de grafia, são coisas diferentes, porque eu acho que, com relação a
esse negócio de mudar nome de rua, de praça, etc. e tal, com todo o respeito,
existem tantos lugares sem nome que nós poderemos nominar, não é necessário
trocar o nome!
O Sr. Claudio
Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Adeli Sell, a cidade de Porto Alegre, por exemplo, tem oito Ruas Alfa, tem três
logradouros chamados Quintino Bocaiúva. Então, ficando um, que é uma rua, já
fazemos uma grande homenagem ao abolicionista Quintino Bocaiúva. Porém, no que
se refere a denominar essa Praça, com a concordância das Associações de
Moradores e dos moradores do entorno, com a UAMPA aprovando tudo, não aprovar
uma mudança dentro da lei, estritamente no espírito da lei, também seria muito
reacionário.
O SR. ADELI
SELL: Eu posso até votar favoravelmente o seu Projeto, se ali nós não tivermos
um conjunto de residências cujos moradores tenham que trocar absolutamente
tudo! Porque, se tiver rua tal, rua tal, rua tal, se for esse o cadastro, vou
votar com V. Exª porque penso que até há justificativa.
O Sr. Claudio
Sebenelo: É só a Praça que tem o nome, e o entorno da Praça é constituído de três
ruas, ela é triangular...
O SR. ADELI
SELL: Não há nenhum problema; nesse caso, na próxima reunião, dirimida essa
dúvida, eu vou até votar na mudança, porque acho também um exagero.
O Sr. Claudio
Sebenelo: Porque não há implicações cartoriais, inclusive.
O SR. ADELI
SELL: Até porque, com relação a ter três ou quatro nomes iguais, não vejo,
também, razão. Então estou, na verdade, nesse espírito, Ver. Claudio Sebenelo,
de discutir, e que não traga confusão. Agora, eu acho que o caso de João
Salomoni é muito ruim, porque é um problema de grafia. Então, nesse sentido, eu
estou acompanhando a mudança - pelo menos é minha posição acompanhar essa
mudança. No caso dessa Praça, Ver. Sebenelo, se for efetivamente isso que V.
Exª colocou, vou acompanhar, porque acho um exagero haver um monte de locais
com o mesmo nome. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MARIO
FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, já que há uma questão nesse
Processo e nós queríamos votar, todos, sem discussão nenhuma, eu peço o
adiamento da votação do PLL nº 050/05 por uma Sessão.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu solicitaria a V. Exª que fizesse o pedido por
escrito; de qualquer forma, recebo o seu Requerimento.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mario
Fraga, que solicita adiamento por uma Sessão da votação do PLL nº 050/05.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 1270/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 056/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Donario Neves da Silveira um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 20-06-05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 056/05. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação o PLL nº 056/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Não
havendo mais nada a tratar e estando a matéria já votada, conforme consenso,
damos por encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h15min.)
* * * * *